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Halloween revive a angústia da busca pela sobrevivência, em clima de nostalgia

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Quando uma geração mais nova souber que o novo filme da franquia Halloween é simplesmente o décimo primeiro da linha temporal, será que ainda terão curiosidade de dar uma chance a história de Michael Myers e Laurie Strode?

O novo longa é dirigido por David Gordon Green e revitaliza o elenco original com Jamie Lee Curtis como a protagonista, Will Patton como Policial Hawkins e Nick Castle, o temido e mascarado Michael Myers.

Quatro décadas depois de ter escapado do ataque de Michael Myers em uma noite de Halloween, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) terá que confrontar o assassino mascarado pela última vez. Ela foi perseguida pela memória de ter sua vida por um triz, mas dessa vez, quando Myers retorna para a cidade de Haddonfield, ela está preparada.

Essa clássica franquia contribuiu para criar os estereótipos de filmes de terror tais como “se você quer sobreviver não fume maconha, não faça sexo, não ande sozinho, etc” , somente para demonstrar que não aprendeu nada com os dez longas anteriores e vai cometer os mesmos erros com cada um dos personagens. Tratando-se de uma outra tentativa de fechar a sequência de longas com chave de ouro, é claro que abandonar os clichês seria uma heresia contra os originais.

Mas será que fazer a mocinha loira escorregar na própria meia não é um pouco demais? Ela estar “se divertindo” com o namorado maconheiro não torna toda narrativa um pouco óbvia? Bem, o que se pode argumentar é que uma nova geração pode não saber desses repetitivos clichês, e talvez os fãs queiram reviver a angústia da busca pela sobrevivência entre escolhas ruins de pessoas sem discernimento realista.

Fora os inevitáveis clichês a narrativa tem em sua essência algo de interessante. Um discurso do novo médico Dr. Sartain (Haluk Bilginer) que levanta a questão sobre quem é realmente presa e predador, já que Laurie ficou por tanto tempo aguardando, justamente esse momento de vingança. Além disso ele questiona se um monstro criou outro, pois Laurie acabou perdendo a custódia da filha e o contato familiar por causa de sua obsessão.

É muito bom rever Jamie Lee Curtis e toda sua vitalidade em ação. Judy Greer interpreta a filha de Laurie, Karen Strode, enquanto a neta Allyson Strode, é  interpretada Andi Matichak. A atuaçãoa de Jamie domina a tela de maneira que não há espaço para nenhuma outra pessoa brilhar quando ela está em cena. Nick Castle (Michael Myers) não precisa exatamente atuar já que não possui falas e sua face nunca é mostrada, mas digamos que o trabalho dele ainda assim supera o de alguns jovens, amigos da neta.

Um fato curioso no filme foi a abordagem do empoderamento. Laurie Strode não é uma mocinha inocente fugindo do perigo e escorregando na própria meia, ela treinou por anos para se defender e defender aqueles que ama. A filha e a neta demonstram ter esse mesmo desejo dentro de si, o que acabou fazendo com que todos os personagens homens fossem os idiotas que provocam alguma besteira no filme. Uma interessante inversão de papéis construído por Hollywood há tanto tempo atrás.

Para quem está querendo ver pela primeira vez, honestamente não precisa recapitular nada, o filme provoca sensações angustiantes mesmo sem um contexto. Mas para os que conhecem o passado da franquia, ouvir a clássica trilha de Michael Myers faz com que toda a adrenalina, vontade de escapar e de avisar aos outros, retorne ao espectador. A franquia “Halloween” se perdeu em meio a tantos filmes e chances de fechar a franquia, mas assim como nos créditos iniciais uma abóbora “desapodrece”, o filme também possui a oportunidade de se reinventar como uma lenda, contanto que realmente desta vez, se trate de um final definitivo impossível de fazer os diretores quererem desenterrar pela décima segunda vez Michael. Porém, é claro que nunca vemos o corpo do assassino no final, e quem fica até o pós- créditos, ainda ouve sua respiração, além de os diretores revelarem em entrevista que haviam planejado de início fazer uma parte 2, mas recuaram sem saber qual seria a recepção do público. Tudo que se pode fazer é revirar os olhos para a
falta de imaginação e avareza em querer lucrar com títulos antigos, ao invés de investir em novas histórias que causem calafrios a noite.

 

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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