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São Paulo recebe a maior exposição do artista plástico chinês Ai Weiwei

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Um dos principais nomes da cena contemporânea mundial, Ai Weiwei deixou seu país de origem em 2015 e se destaca no cenário internacional pelo interesse que demonstra pelas questões sociais e humanas, como a crise mundial de imigração. Alguns de seus trabalhos mais conhecidos são grandes instalações que muitas vezes tensionam o mundo contemporâneo e os modos tradicionais chineses de pensamento e produção, como sua obra-prima Dropping a Han Dynasty Urn (Deixando cair uma urna da dinastia Han), um trabalho que mostra o jovem artista derrubando intencionalmente uma urna cerimonial de cerca de 2.000 anos, da Dinastia Han, período da história da civilização chinesa. A ação subversiva e transformadora foi captada e transformada em três imagens que vêm sendo expostas em mostras por todo o mundo. No Brasil, poderá ser vista a versão dela em peças de Lego.

Outras obras históricas conhecidas mundialmente também estarão expostas, como a Sunflower Seeds (Sementes de Girassol), trabalho composto por milhões de ‘sementes de girassol’ de porcelana pintadas à mão por artesãos chineses, levantando a questão da produção em massa e perda da individualidade; Straight (Reto), mostrada pela primeira vez em sua forma completa, é uma instalação feita com 164 toneladas de vergalhões de aço recuperados dos escombros de escolas de Sichuan (China) após o forte terremoto que abalou a China em 2008; Forever Bicycles (Bicicletas Forever) é uma obra de caráter arquitetônico que utiliza bicicletas como blocos de construção, fazendo também uma alusão à multiplicação e repetição. O nome da instalação é inspirado na famosa marca chinesa de bicicletas ‘Forever’, bastante comum durante a infância do artista, quando este era o principal meio de transporte na China; e Moon Chest (Cofre de Lua), uma série de baús feitos com a preciosa madeira Huali, o Marmelo Chinês, que apresentam as quatro fases da lua aos visitantes que atravessam a instalação.

Já a imersão pelo Brasil contou com a consultoria da designer Paula Dib e colocou o artista em contato com comunidades, artesãos, manifestações culturais e recursos regionais até então desconhecidos por ele, resultando em trabalhos inéditos, feitos com madeira, sementes, raízes tecidos e couro. Ai Weiwei se propôs a desvendar e absorver a cultura local e moldar objetos que representam a biodiversidade, a paisagem humana e a criatividade brasileira. Entre os destaques está uma série de obras feitas com centenárias raízes do pequi-vinagreiro, espécie de árvore típica da Mata Atlântica baiana atualmente em risco de extinção, encontradas desenterradas na região de Trancoso, na Bahia. Estes resíduos descobertos no meio da mata foram selecionados e trabalhados pelo artista junto a carpinteiros chineses e brasileiros.

Há também múltiplos produzidos especialmente para o Brasil, formados por moldes em porcelana branca ou pintada, de quatro elementos tipicamente brasileiros que, com as iniciais de seus nomes, constroem a palavra FODA: Fruta do Conde, Ostra, Dendê e Abacaxi. Ex-votos feitos por artesãos de Juazeiro do Norte (CE), uma instalação feita com couro e o alfabeto armorial, de Ariano Suassuna, mais de uma tonelada de sementes de olhos de cabra são outros dos cerca de 70 itens que completam a mostra que ficará em cartaz até 20 de janeiro de 2019.

Co-produzida com as fundações Proa (de Buenos Aires, Argentina) e CorpArtes (de Santiago, Chile), que receberam a mostra em formato menor, também com curadoria de Marcello Dantas, AI WEIWEI RAIZ é uma exposição organizada pela Magnetoscópio com Ai Weiwei Studio, em colaboração com a Lisson Gallery e apoio de neugerriemschneider e Galleria Continua.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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