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A Rota Selvagem: Uma jornada em busca de respostas

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Charley (Charlie Plummer) é um adolescente de 15 anos que cresce numa área remota de Portland com seu pai, Ray (Travis Fimmel), um sujeito relaxado e grotesco. Abandonados pela mãe e esposa, respectivamente, quando Charley ainda era bebê, ambos criaram uma relação de cumplicidade independente. O menino passa parte do seu dia sozinho, enquanto o pai trabalha fora. Quando Charley conhece Del Montgomery (Steve Buscemi), um treinador de cavalos de corrida, ele se conecta com Lean on Pete, um destes cavalos, se oferecendo então para trabalhar para o velho homem.

Quando um evento trágico envolvendo seu pai coincide com a possibilidade de Charley ter seu vínculo com o animal rompido, ele decide partir numa jornada de fuga, junto com o cavalo, em busca de sua tia Margie Thompson, que vive no estado de Wyoming, a mais de mil milhas dali. Nesta jornada solitária, Charley tem em Pete, o animal, seu único companheiro, para o qual conta todas as suas aflições, expectativas e desejos, durante a sua longa caminhada. Cruzando o estado do Oregon, Charley enfrenta inúmeros desafios que o vão criando coragem e resistência, ao passo que internamente seu íntimo clama por seu último laço afetivo em vida.

A primeira consideração que se deve ter quanto ao novo trabalho do diretor e roteirista britânico Andrew Haigh, A Rota Selvagem, é que tanto o título, quanto a sinopse do longa, dizem muito pouco ou até despistam o espectador do que realmente trata o filme.

Com poucos diálogos em sua maioria do tempo, muita contemplação do espaço físico e silêncio, o filme passa muito a ideia de solidão e trata também de decepções e perdas, deixando como lição que embora tudo pareça perdido, não se deve deixar de seguir em frente e encontrar seu destino.

Um aspecto muito interessante do roteiro, é a falta de cerimônia de Andrew em descartar coadjuvantes e eventuais miniplots. A caminhada de Charley em nenhum momento se demonstra hesitante. Todo e qualquer obstáculo encontrado pelo protagonista é deixado pra trás, independente de quão complexo são na aventura. A ideia de que Charley não tem nada a perder só é suplantada pela vontade interior de encontrar a si.

O filme dá muitas pistas de ir num determinado sentido e de repente muda completamente de direção. No entanto, o objetivo, quando entendido, logo se torna de fácil captação. Estamos numa jornada lado a lado com o protagonista. A Rota Selvagem é um filme que trata mais de conflitos interiores. A própria relação de carinho do menino pelo cavalo que dá nome a obra se torna pequena perto do que realmente o diretor quis abordar.

As atuações são boas. O jovem ator empresta ao protagonista a frieza necessária para que o corpo franzino não nos faça desacreditar da determinação de Charley em busca de seus objetivos. É um trabalho original, que vale a conferida.

Mostra: Panorama do Cinema Mundial

 

 

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