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“MAMÃE”, de Álamo Facó, no Espaço Furnas Cultural

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Desde 2007, o autor, diretor e ator Álamo Facó desenvolve solos que cruzam narrativas de sua própria biografia com outras temáticas mais gerais que são exploradas. A partir de histórias pessoais, seus trabalhos lançam novos olhares, provocam e dialogam com diferentes públicos. De “Talvez”, seu primeiro solo, a “Trajetória Sexual”, trabalho mais recente que estreou em setembro de 2018 no SESC Copacabana, muitos palcos já foram percorridos, com a realização de apresentações em 07 diferentes países pela Europa e América Latina (Inglaterra, Escócia, Alemanha, Holanda, Chile, Argentina e Portugal).

No caso desse trabalho, o fator pessoal que influenciou e desencadeou na criação foi o falecimento da mãe do artista, a arquiteta Marpe Facó, que foi diagnosticada com um tumor cerebral. Durante o período de seu tratamento, Álamo vivenciou 100 dias de uma verdadeira jornada emocional, estando sempre ao lado da mãe. Após seu falecimento, Facó mergulhou em um processo de criação que chamou de “A Síntese do Relevante”, de onde nasceu o solo “Mamãe”. Influenciada por artistas como Hélio Oiticica, Lygia Clark e Bruce Nauman, a peça não traz o drama exacerbado das histórias com essa temática, nem tampouco sua estética traz os tons pastéis de um hospital. A obra tem como prioridades o encontro com o espectador e a busca pelo ineditismo como possibilidade.

O espetáculo nasceu da necessidade de levar aos espectadores uma história real, sem sentimentalismos. “Apesar do tema, a peça é bem lisérgica, uma peça pró vida!”, diz Álamo. Não se atendo a uma realidade documental, o texto dá voz à personagem Marta que, perdendo suas faculdades cerebrais, começa a expandir sua consciência a limites inesperados. “Eu sou o cérebro dela. Aqui a dramaturgia é usada como limite entre o ato e o teatro”. O monólogo traz à cena os tabus que permeiam a morte, as variações do consciente e os limites do amor entre mãe e filho.

“Mamãe” é um projeto construído através de parcerias entre Álamo e pessoas pelas quais cultiva respeito e admiração. “Esse é um espetáculo híbrido. Eu o dirijo, mas ao mesmo tempo, convido o Cesar Augusto, que é um artista que eu admiro muito, para colaborar na direção. Com a Bia Junqueira, que é uma artista plástica em quem confio e admiro, acontece a mesma coisa, chamei para criar uma instalação/cenário comigo. E isso se estendeu ao figurino, iluminação, som, tudo!”. A parceria profissional de Álamo Facó e Cesar Augusto teve início em “Talvez”, primeiro solo da “Trilogia da Perda”, estreado em 2007, há onze anos atrás.

Pela realização de “Mamãe”, Álamo recebeu a premiação de melhor dramaturgo pelo prêmio Questão de Crítica. O projeto também foi indicado ao prêmio APTR de melhor dramaturgia, ao prêmio CENYM de melhor monólogo e preparação corporal, e ao prêmio CESGRANRIO, nas categorias: melhor autor, melhor ator e melhor espetáculo do ano. Em 2018, a dramaturgia foi lançada pela editora Candido, sendo o primeiro texto publicado pelo autor.

Serviço
“Mamãe”
Temporada: de 01 a 09 de dezembro
Dias e Horários: sábados e domingos, às 19h
Local: Espaço Furnas Cultural ( Rua Real Grandeza, 219 – Botafogo)
Capacidade: 170 lugares
Entrada Gratuita – ingressos distribuídos 1h antes
Duração: 70 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos

Foto: Bob Sousa

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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