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“Posso falar? Conversas de Clarice Lispector” no Sesc Copacabana

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O Sesc Copacabana recebe, no próximo domingo, 9.12, às 18h, a leitura dramatizada seguida de debate “Posso falar? Conversas de Clarice Lispector”. A entrada é gratuita com distribuição de senhas 30 minutos antes do início do espetáculo. No texto, a escritora, que é conhecida pela forma com que trata de questões ligadas à intimidade, surpreenderá o público com discussões atuais sobre preconceito social, velhice, pobreza, comunicação humana e até demarcação de terras indígenas. A iniciativa integra o projeto “A Hora de Clarice”, homenagem anual à escritora na data que marca a véspera de seu nascimento e o dia de seu falecimento.

“A dramaturgia joga com mais de 20 textos diferentes da autora, entre crônica, romance, novela, conto e entrevistas. Quis contestar acusações injustas sofridas pela escritora, tida por alguns como alienada. Nem recorri a atitudes pontuais que ela tomou, como participar da passeata dos cem mil em 68. Falo da obra. Em Lispector discussões sociais são também existenciais e de linguagem” afirma Clarisse Fukelman, professora da PUC-Rio, especialista na escritora e responsável pelo roteiro.

Sob a direção do premiado André Paes Leme, um elenco de primeira, muito afinado, valoriza as diversas facetas os temas afetivos tratados com humor. Claudio Mendes, Suzana Nascimento e Ester Jablonski são os atores-leitores, todos com experiência anterior de interpretação da autora. Ao final, haverá debate com a psicanalista Sandra Teixeira, que traz uma visão provocativa sobre a condição indígena, e com Clarisse Fukelman, autora de outros roteiros sobre a obra clariciana e assessora para projetos diversos sobre ela.

Há trechos contundentes. Ao retratar a forma como o bandido Mineirinho foi morto, por exemplo, Clarice Lispector conclama “uma justiça que não se esqueça de que nós todos somos perigosos, e que na hora em que o justiceiro mata, ele não está mais nos protegendo nem querendo eliminar um criminoso, ele está cometendo o seu crime particular, um longamente guardado. Na hora de matar um criminoso – nesse instante está sendo morto um inocente”.

Referindo-se à conversa que teve, na década de 60, com o médico Noel Nutels, que, como Clarice era de uma família judia fugida da Ucrânia para o Brasil, a escritora se refere com admiração ao Parque do Xingu porque “é uma área onde não se matam índios”. “Se continuarmos a ser objetos da ambição alheia, o brasileiro será um pobre coitado e continuará a matar não só índios, mas a nós também”, arremata.

SERVIÇO
“Posso falar? Conversas de Clarice Lispector”
Sesc Copacabana – Mezanino
Data: 09 de dezembro
Horário: 18 h
Entrada gratuita. Lugares limitados. Distribuição de senhas 30 minutos antes
Classificação etária: Livre

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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