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Clímax, novo filme de Gaspar Noé, retrata um surto psicótico psicodélico

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Por Gabriel Alviano:

Em uma escola abandonada e exilada do convívio social, um grupo de dançarinos realiza seus ensaios para suas apresentações. Enquanto comemoram o fim, eles passam a sofrer de um surto psicótico coletivo ao acreditarem terem sido drogados com uma sangria batizada. Essa é a sinopse de Clímax, novo filme de Gaspar Noé, mesmo diretor de Carne, Irreversível e Love 3D. Se você já conhece e está acostumado com os filmes de Gaspar Noé, então sabe que suas obras não são as mais fáceis de digerir e Clímax não foge disso.

Com planos sequencias longos e movimentos de câmera intensos, Noé leva o espectador a participar do surto psicótico junto com os personagens. Acompanhada de uma batida musical constante e luzes fortes, o espectador pode se sentir incomodado, mas é facilmente transportado para aquele universo.

Após o fim do ensaio, onde todos se cumprimentam, temos cortes entre conversas separadas dos personagens. Essas conversas intensificam depois o comportamento entre eles durante o surto psicótico. A cada minuto acompanhamos as decisões desses personagens e como eles, sob efeito do surto, reagem a elas. Apesar de serem decisões absurdas, como trancar uma criança ao lado do quadro de energia, somos tomados pelos impulsos dos personagens e quase compreendemos seu estado alucinógeno.

Com ótimos enquadramentos, uma bela direção de fotografia e movimentos hipnotizantes, Gaspar Noé nos leva, através da câmera para junto dos bailarinos, explorando um território diferente dos gêneros musicais e levando o espectador para dentro da cena, e nos sentimos parte da ação e não apenas meros espectadores.

Com mais de vinte personagens em cena, é impossível o espectador não se identificar com seus dilemas e seus traumas. Porém o espectador ao mesmo tempo que se sente dentro de toda aquela confusão, também se sente como um voyeur da situação.

Clímax é uma bela experiência cinematográfica, diferente de muitos filmes em cartaz. Porém reforço, o filme contém cenas de violência explicita e trabalha com assuntos delicados como aborto, incesto, drogas, etc. Para quem for assistir, não perca tempo, Clímax deve estrear em poucos cinemas por não ser tão comercial, embora tenha sido bem criticado no Festival de Cannes.

 

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