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José Pedro Lopes, diretor de A Floresta das Almas Perdidas, conta sobre receptividade do público português com os filmes de terror

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Mistura de drama com terror, A Floresta das Almas Perdidas, de José Pedro Lopes,foi filmado em preto e branco em Portugal e Espanha, entre 2014 e 2016.O filme, que foi lançado em diversos festivais, está disponível nas plataformas de streaming.

Como é a receptividade do público português com relação aos filmes de terror?
José Pedro Lopes – O cinema de terror não é assim muito popular em Portugal. Por um lado, a produção é escassa (“A Floresta das Almas Perdidas” foi a primeira longa-metragem portuguesa declaradamente de terror a estreia em cinema em dez anos, desde “Coisa Ruim”). Por outro, mesmo os filmes americanos do gênero não são muito bem sucedidos, salvo as excepções mais óbvias.

Curiosamente, temos dois festivais com tradição de terror – o Motelx em Lisboa e o Fantasporto no Porto – mas fora esses evento, é um gênero com pouca tradição no nosso país.

Nas ultimas décadas tivemos alguns curtas e pequenas produções interessantes do terror português, como “I’ll see you in my dreams” e “Banana Motherfucker”. Esse formato é mais acessível economicamente? Filmes de terror tem maior dificuldade com relação ao financiamento da produção?
José Pedro Lopes – É muito difícil conseguir financiar cinema em Portugal, e se for dentro de gêneros como o terror é quase impossível. Existe muito pouco precedente de terror financiado aqui. Isso não invalida filmes criativos como esses – mas são produções que procuraram alternativas. Geralmente é mais fácil no formato de curta.

Você tem interesse em trabalhar em outros gêneros, além do terror?
José Pedro Lopes – Como produtor trabalho em todos os gêneros, e inclusive em televisão. Como autor tenho uma particular vontade pelo terror, ou mais amplamente, pelo fantástico.

Há alguma semelhança entre o estilo narrativo que você propôs em “A Floresta das almas perdidas” com suas produções anteriores, como por exemplo “Survivalismo”?
José Pedro Lopes – Sim, definitivamente. “Survivalismo” é talvez a minha curta com mais sucesso e também mistura humor com drama, num contexto de terror. Gosto de ver as reacções das pessoas em cenários limite – que por vezes são tristes, por vezes são divertidas. Dá para ver online “Survivalismo” no Vimeo e no Youtube, quem gostou de “A Floresta” espreite.

Quais são as suas principais influências cinematográficas, desde filmes à diretores, na construção de suas obras?
José Pedro Lopes – O meu realizador favorito é o John Carpenter. Por obras de ação implacáveis como “Assault on Precint 13” e “They Live”, como por filmes assombrados como “Halloween”, “The Fog” e “Prince of Darkness”. “A Floresta” faz muito homenagem a “Halloween” na construção de suspense. Mas também gosto de muitos autores, especialmente os que se viram para a verdade das personagens como Richard Linklater e Kore-Eda Hirokazu.

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