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Novo filme de Steven Knight, Calmaria reúne Matthew McConaughey e Anne Hathaway, em thriller instigante

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Calmaria, Novo filme de Steven Knight (Coisas Belas e Sujas , Senhores do Crime), foge do excepcional  trabalho do diretor e roteirista. Assim como em O Sétimo Filho, com Julianne Moore e Jeff Bridges.

O veterano do Iraque, Baker Dill (Matthew McConaughey) é um pescador que vive na pequena ilha de Plymouth. Assim como capitão Ahab tinha sua obsessão pela baleia branca, Dill tem por um atum gigante, chamado “Justiça”, e ele também age como gigolô quando o mar não está pra peixe. Até que uma mulher surge no estilo Casablanca, ela é Karen (Anne Hathaway), trazendo consigo uma proposta para o pescador. Que vai mudar os rumos da ilha, e as regras de seu jogo. Essa seria uma breve descrição da nova obra de Steven Knight, na qual ele assina a direção e roteiro. Knight tem bastante destaque como roteirista no Reino Unido, ganhando prêmios por seus roteiros de séries como Taboo, e também ganhou uma indicação Oscar em 2004 na categoria de Melhor Roteiro Original por Coisas Belas e Sujas.

Em seu novo longa, Knight assume pela primeira vez o papel de diretor. Ele traz características do neo-noir,  criando uma imersão no ambiente em que se passa a trama. Plymouth é um lugar muito curioso, por vários elementos. Sendo alguns deles a falta de clareza na localização da ilha, ou seu tamanho real (as vezes ela parece um lugarzinho no meio do nada, e em outro momento parece participar de uma rota de comércio pesqueiro). E essa falta de conhecimento sobre Plymouth só cria a sensação de algo está estranho nessa ilha, sentimento esse que apenas vai crescendo. O estranhamento se torna a certeza de que há algo muito errado. A habilidade e experiência na construção de roteiro ficam bem aparentes na formação dos personagens, seus simbolismos e motivações. E mostrou-se também competente na direção dos atores.

A medida que a história se desenvolve, é possível  notar que tem algo estranho no ar, como um mistério dos grandes, pelos menos. As figuras da ilha  apontam para isso. Pois todos em Plymouth sabem de tudo, menos Dill.

A atuação de Mathew traz a figura de um velho lobo do mar, quase caindo a insanidade do oceano ou do rum. Ele tem uma ligação com esse tal filho com um certo teor espiritual nela. Hathaway é o totalmente o oposto, sua personagem é hiper contida, entendesse que ela sofreu tanto em sua vida (inclusive pelas mãos de Dill) que seu espírito se quebrou. O que há mantém viva é o filho. Os dois transmitem muito bem quem são seus personagens.

A revelação chega com um homem de terno e óculos, oferecendo a chance de Baker Dill capturar “Justiça”. Sem entrar em detalhes, o problema dessa resolução é que ela vem totalmente do nada, e não agrada. Os indícios criam a expectativa de algo mais espiritual, talvez até psicológico. Porém não é, as cenas finais são muito distantes com o restante da estética da obra. O curioso é que apesar de ser um filme ruim, ele dá vontade de rever, pra tentar pegar algo que aponte o final. É o típico filme ruim que diverte de tão aleatório que é. Tirando essa conclusão de trama, o roteiro é bem elaborado, e a direção de fotografia e de atores é ótima.

Os sentimentos para essa obra são dúbios. Porque o final ruim tem elementos positivos. Ele acaba ficando numa zona cinza, totalmente sujeito a subjetividade do expectador. Quem sabe após várias revisitações Knight revele que seu longa tem um saldo positivo.

 

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