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Família Submersa: Filme de estreia de María Alché é rico em simbolismos e cenas lúdicas

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A morte pode ser o fim, mas apenas para o morto. Os vivos precisam continuar com suas rotinas e obrigações. Após a morte de sua irmã, Marcela (Mercedes Morán) precisa viver com seu luto, tendo as trivialidades é responsabilidade do dia a dia de uma dona de casa para resolver. O apartamento de sua irmã precisa ser esvaziado, o filho precisa de ajuda com os estudos, a filha parece ter alguma briga séria com o irmão, e a máquina de lavar louça quebrou. Ela está sozinha, e precisa fazer tudo dessa forma.

Longa de estreia de María Alché como diretora, traz a câmera com movimentos milimétricos e lentos, seguindo a protagonista. Tudo dentro de um ambiente doméstico apertado, sufocante e claustrofóbico, representando a própria tensão que sua personagem sofre. A direção de atores é primorosa, contudo a atuação de Morán está em outro patamar. Ela é superior aos outros colegas de cena, portanto destoa completamente do restante do elenco.

O roteiro, também é assinado por Alché, é rico em simbolismos e cenas lúdicas. Ela deixa claro que a vida força as pessoas a continuarem, o mundo não para.

Segredos de famílias enterrados aparecem como sussurros fantasmagóricos. Representados maravilhosamente em uma cena em que o marido da protagonista improvisa uma canção sobre sua insignificância e falhas perante sua família. Ele nunca acerta, e sua presença não faz diferença. É um grito de infelicidade submerso em bom humor.

É bonito de ver como a protagonista aceita que esse é o curso da vida. Ela agora tem seus próprios segredos, e vai submergir nesse estado hipócrita para ignorá-los.

 

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