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Coletivo Cosmogônico lança o seu quarto espetáculo, “eu quem eu somos”

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E se não houvesse personagens? Estreamos, na sexta, “eu quem eu somos”, quarto espetáculo do Coletivo Cosmogônico. No Solar de Botafogo, sextas de maio. Foram 16 meses de processo, bombardeados por áudios de whatsapp, posts, stories, fake news, tweets, memes, notícias, pedaços de personagens e de realidade. Essas vozes formam nossa narrativa, como um feed de notícias cibernético. Lugar de fala, greve dos caminhoneiros, privilégios, gênero, Brumadinho, Lava Jato, discursos de ódio, meninos vestem azul, extremismo de todos os lados: um país em ebulição com a saída de uma presidente e a ascensão de outras correntes. O atravessamento dessas vozes, consonantes, dissonantes, empoderadas, explode num único ator, exposto e expandido em múltiplas presenças, mas também virtualmente solitário – como nós. “eu quem eu somos” é afirmação, mas também questão: Até que ponto, eu e o outro, podemos consensuar ideias de “nós”?Quem somos? E ainda queremos ser

O monólogo “eu quem eu somos” surgiu da necessidade de expressar, discutir, questionar e construir, diante do atual cenário de falta de escuta e diálogo e das diversas crises em curso. Política. Econômica. Simbólica. O próprio sujeito em crise, atravessado pela explosão dos lugares de fala, das multipresenças da era cibernética, os tensionamentos político-partidários e assim por diante. Este emergente ambiente feroz e polarizado, de gritos e rompimentos, emancipação e enfrentamentos, nos trouxe à tona facetas de Brasil que desconhecíamos, ou que insistíamos em invisibilizar.

“eu quem eu somos” procura colocar em cena discussões da atualidade sobre gênero, polarização política, lugar de fala, privilégios, extremismo. Sua estrutura dramatúrgica é inspirada num feed de notícias, composto de fragmentos de personagens, falas retiradas de conteúdos viralizados nas redes sociais, músicas, vinhetas, poesias, áudios, stories, posts, etc. Um único ator, solitariamente, que assina o texto da peça e propõe ao espectador compartilhar esta coleção de imagens que aponta as suas próprias questões, como as de nosso tempo. Um tempo de enfrentamento, mas também de empoderamento, de atrito que destrói, mas também desvela outros cenários possíveis, que ainda precisam ser descortinados.

Esta é a quarta montagem do Coletivo Cosmogônico (RJ), surgido no curso direção teatral da UFRJ, em 2014, no ambiente de pesquisa e trabalho colaborativo. Atuação e texto de Ricardo Baggio, com a direção de João Bernardo Caldeira, membros fundadores da companhia. Nesta nova etapa, que foi construída em um ano e meio de processo, mantém-se a detida investigação sobre as ações psicofísicas, desenvolvida por Constantin Stanislávski e continuada por Jerzy Grotowski.

Como um feed de notícias, o monólogo “EU QUEM EU SOMOS” fala sobre Brumadinho, Lava Jato, gênero, tinder e extremismo. Para falar de polarização, lugar de fala e dos múltiplos pontos de vista, o quarto trabalho do Coletivo Cosmogônico utiliza stories, posts, músicas e áudios de whatsapp.

SERVIÇO
“EU QUEM EU SOMOS”
Solar de Botafogo // Sala Espaço 2 (R. Gen. Polidoro, 180 – Botafogo)
Sextas-feiras e sábados, de 03 de maio a 01 de junho.
Horário: 20H
Duração: 80 min.
Classificação Indicativa: 12 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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