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Coruja BC1 fala sobre o novo álbum “Psicodelic”

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Por Beatriz Trindade

Nascido em Osasco e criado em Bauru, interior de São Paulo, Coruja BC1 sempre teve forte ligação com a música que vão de Jorge Ben a Kanye West. Nesse novo álbum ganha um olhar mais íntimo. Coruja BC1  fala de assuntos geralmente não abordados como ansiedade do homem negro periférico, traz em si letras fortes, batidas envolventes e muitos motivos para refletir sobre a modernidade.

Abaixo você encontra nossa entrevista com o rapper que falou sobre a produção do novo disco, inspirações, as participações especiais de Késia Estácio e Djonga, além da sua relação com o músico Djonga.

A ansiedade é o mal do século, assim como a depressão. Quando ouvimos “Respira, Gustavo” em “lágrimas de Odé” sabemos que se trata do quase mantra dos ansiosos em período de crise. Qual a importância de se falar sobre o transtorno de ansiedade hoje em dia? O que te levou a falar sobre isso?
Coruja BC1 – Eu precisava entender melhor minha própria mente, nos homens de periferia temos uma certa resistência pra falar de problemas e traumas, como se isso nos fizessem menos homem, sabe. Quando eu vi uma pessoa próxima se suicidar, notei que no último ano os casos de suicídio aumentaram 2,3% , e a cada 46 min uma pessoa tira a própria vida em nosso país, achei que era o momento certo pra tocar em feridas, que ainda não tinha tocado, e incentivar outros irmãos e irmãs a cuidarem de sua saúde mental!

Por que o nome “Psicodelic”?
Coruja BC1 – Seria Psico à princípio, mas estendia fazendo referência ao um grupo que gosto muito que é o “Funkadelic”.  Acho que vivemos em tempos que a conexão com a realidade é nosso lado mais humano estão distante, se tratando de um disco que tem como tema central a saúde mental do homem negro periférico, achei que esse seria o melhor nome.

 Quais foram suas inspirações para formar o conceito de “Psicodelic”?
Coruja BC1 – Música preta, black music, Jorge Ben, Djavan, Etta James, Cartola, Martinho da Vila, Djavan, Kanye West, Racionais, Brian McKnight entre outros. Mas o conceito era criar um filme sonoro, as bases tinham que soar como trilha de fundo de cada cena, eu imaginei esse álbum como um filme, até mesmo as conexões das faixas.

Como foi o processo criativo do álbum? 
Coruja BC1 – Eu acho que o processo tornou algumas coisas da cena um tanto quanto robóticas e mornas, sabe, no sentido de música feita por fazer. Acho que “Psicodelic” foi algo que me conectou com meu lado mais humano, então ele nasce, de certa forma, a partir de minha ressurreição enquanto pessoa, ou melhor, do meu renascimento. Ele está em destaque nas principais plataformas e pessoas da música que eu admirava, algumas até que cresci escutando elogiando, sei lá, só tenho agradecer pelo que estou vivendo.

Você fez várias parcerias de peso nesse disco, dentre elas Késia Estácio, Djonga e Kudizilla. Como foram esses encontros?
Coruja BC1 – Queria que meu álbum refletisse minha convicções, o que eu prego e acredito até nas participações. Todas elas foram feitas com pessoas que eu amo e já tenho uma amizade e estão muito próximas nesse momento, e  que principalmente eu me identifico com o trabalho e postura!

Você e Djonga tem muitas coisas incríveis em comum, como foi compor e produzir “Gustavo$”?
 Coruja BC1 – Eu amo esse cara tá ligado, somos dois caras com mesmo nome (Gustavo), nascemos no mesmo ano, 1994, e no mesmo mês, eu nasci dia 3 e ele dia 4  somos dois caras que não tem falsa modéstia, rs. Amo esse irmão compor essa musica, foi como presentear nossa geração. E nós presentear também!

A música “Digital influencer” faz muitas referências importantes sobre o momento atual e toca na ferida. Qual era a sua intenção?
Coruja BC1 – Acho que a conexão digital em certo momento, nos desconectou do senso de realidade e empatia humana. Existe uma narrativa da ignorância convicta em percurso, juntamente com um cyber-oportunismo, vírus, cujo o Avast não conseguiu detectar ainda no meio digital. Essa música fala exatamente sobre isso, os tumores digitais.

O que você acredita que deveria ser dito mais vezes que geralmente não vemos ser abordado na música?
Coruja BC1 – Os fantasmas por trás delas, e muitas vezes imperceptíveis falo disso em “Skr”.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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