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Democracia em vertigem: A evolução democrática após o período da Ditadura Militar

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O novo documentário da diretora Petra Costa (mesma do sensível e profundo Elena), Democracia em Vertigem narra os acontecimentos da cena política brasileira de forma lúcida, mesclando com sua visão pessoal, memória afetiva e recordações sobre sua família no enredo político.

O longa conta desde a evolução democrática após o período da Ditadura Militar, sobre a ascensão do PT com a vitória do Lula, em seguida da Dilma, passando por fatos históricos, a coligação do PT ao PMDB, posteriormente a queda do partido, o processo de impeachment enfrentado pela Dilma, em todos seus desdobramentos, com cenas emblemáticas como os deputados dedicando o voto a cassação presidencial à suas famílias e o atual presidente homenageando o torturador Ustra, além de diálogos dos vazamentos dos grampos telefônicos da na época, presidente Dilma com Lula, e o famoso grampo em que se dizia que teria “um grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo”, até a prisão do ex-presidente Lula, contendo também diversas entrevistas com figuras dos mais variados partidos, em vários momentos diferentes da narrativa.

A diretora descortina o cenário brasileiro onde fica claro como a nossa democracia é frágil, a forma de fazer política é corrompida, e as questões partidárias influenciam as decisões mais até do que as questões legais.

Das observações feitas sobre seu ponto de vista, vale ressaltar a posse da Dilma, quando ela diz que nos deixamos comover pela emoção de ter a primeira presidente mulher, e isso nos cegou para o mais importante, o personagem desconfortável do vice, que mais tarde a derrubaria.

Numa montagem cronológica, Petra mostra recortes bem selecionados, de como jogadas e manipulações políticas afetaram a malha social do país, causando uma forte polarização, levando eleitores de ambos os lados a terem atitudes extremas e muitas vezes, até violentas, como numa fala da própria autora “O que fazer quando a máscara da civilidade cai…E o que se revela é uma imagem ainda mais assustadora de nós mesmos?” que espelha bem o atual momento vivido. Uma verdadeira aula de história audiovisual.

Juliana Meneses
Juliana Meneses
Jornalista, pesquisadora de comunicação, fotógrafa e escritora. Apaixonada por literatura, cinema, teatro, música e fotografia. Viciada em café e livros, nasceu para escrever e viver cercada de histórias.

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