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TOP 10 ORGULHO LGBTQ+: Filmes que valorização a lutas do Movimento

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Um assunto que tem chamado a atenção nas redes sociais, na televisão e nas rodas de conversa é o fato de julho ser o Mês do Orgulho LGBTQ+ – sendo o dia 28 o ápice das comemorações, as quais aconteceram em diversos pontos do mundo, inclusive no Brasil, uma vez que a Parada de São Paulo é considerada a maior do planeta, e levou mais de três milhões de pessoas às ruas da capital, inserindo mais de R$ 280 milhões na cidade por meio do turismo.

Além destas discussões habituais, outro aspecto se destacou e tornou o evento deste ano mais especial: o tema da Parada foi a comemoração dos 50 anos da Revolta de Stonewall, que deu início à luta pelos direitos LGBTQ+, em 1969, quando os frequentadores do bar que dá nome ao acontecimento reagiram aos abusos e perseguições policias, os quais já eram rotineiros na região.

A escolha de realizar esta homenagem relembra muitos momentos da história do Movimento, além de apresenta-lá para uma geração que não à conhecia, destaca-se a importância de se preservar a memória, para que as mensagens de respeito e igualdade não fiquem restritas ao mês de julho. Por isso, para encerrar este período de celebrações e oferecer uma oportunidade de conhecer e valorizar as lutas da comunidade, selecionei um Top 10 de filmes LGBTQ+ que foge dostítulos muito famosos, como “O Segredo de Brokeback Mountain”, “Azul É A Cor Mais Quente” e “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, que são ótimos, mas todo mundo já assistiu. É importante lembrar que os filmes selecionados não estão organizados por nenhum tipo de seleção além da temática.

“VIVA” (2016)
O longa cubano conta a história de Jesus (Héctor Medina), um jovem de 18 anos que está tentando descobrir sua própria identidade. Incerto sobre seu futuro, o garoto faz maquiagens em um clube drag de Havana, onde sonha em se apresentar. Quando, finalmente, tem a chance de subir ao palco, ele acaba sendo agredido pelo pai, Angel (Jorge Perugorría), um ex-boxeador que esteve ausente da vida do rapaz por 15 anos após ter sido preso. Diante do conflito entre os dois, pai e filho lutam para entender um ao outro.

“TATUAGEM” (2013)
Primeiro representante brasileiro na lista, esta elogiada produção se passa no Recife, em 1978, quando Clécio Wanderley (Irandhir Santos) é o líder da trupe teatral Chão de Estrelas, que realiza shows repletos de deboche e cenas de nudez. Além disso, ele mantém um relacionamento com a principal estrela da equipe, Paulete (Rodrigo Garcia), que, um dia, recebe a visita de seu cunhado, o jovem militar Fininha (Jesuíta Barbosa). Encantado com o universo criado pelo Chão de Estrelas, ele logo é seduzido por Clécio. Não demora muito para que eles engatem um tórrido relacionamento, que o coloca em uma situação dúbia: ao mesmo tempo em que convive cada vez mais com os integrantes da trupe, ele precisa lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura.

 “TANGERINA” (2015)
​É véspera de Natal em Los Angeles e Sin-Dee (Kitana Kiki Rodriguez), uma prostituta transexual, está de volta ao bairro, depois de passar 28 dias atrás das grades. Ao descobrir que seu namorado, o cafetão Chester (James Ransone), não lhe foi fiel enquanto esteve presa, ela e sua melhor amiga, Alexandra, embarcam em uma missão para desvendar a veracidade desses rumores escandalosos. A odisseia as leva por um passeio pelas muitas subculturas de Los Angeles. Todo estrelado por atrizes transexuais, esta premiada dramédia foi inteiramente filmada com iPhones e participou da seleção oficial do Festival de Sundance 2015.

“PARIAH” (2011)
Este drama estadunidense acompanha os dilemas de Alike (Adepero Oduye), uma garota de 17 anos que enfrenta problemas demais para a sua idade. Além de sofrer de baixa auto-estima, a adolescente também precisa escolher entre expressar sua sexualidade abertamente ou obedecer os seus pais e seguir os planos que eles têm para ela. Muito elogiado, o filme tem uma forte inspiração nas experiências pessoais da diretora Dee Rees, uma mulher negra e lésbica.

 “CORPO ELÉTRICO” (2017)
Elias (Kelner Macêdo) trabalha como assistente da estilista Diana (Dani Nefussi) em uma confecção de roupa feminina. Ele se apaixona por Filipe (Welket Bungué), um imigrante africano que trabalha na linha de produção, e começa a organizar festas para ter motivos extras para encontrar o garoto. Trata-se de mais um premiado filme brasileiro que explora a sensibilidade fugindo de estereótipos e conta com a participação de membros da comunidade LGBTQ+, como a rapper Linn da Quebrada.

 “LESBIAN MOTHER” (1972)
Como o próprio título já deixa claro, este documentário – dirigido pela brasileira Rita Moreira em parceria com sua esposa, Norma Bahia Pontes – tem como foco a maternidade lésbica em uma época em que o assunto ainda era um grande tabu, o que torna a produção atual até os dias de hoje. Por meio de entrevistas, o longa discute temas como a heterossexualidade compulsória/heteronormatividade e representatividade. O documentário está disponível na íntegra com legendas em português no YouTube.

“BUDDIES” (1985)
Este é um filme que se tornou icônico simplesmente por causa de sua ousadia, afinal, foi a primeira produção a tratar sobre a pandemia de Aids dos anos 80. A trama simples conta com apenas duas personagens: David (David Bennett), um jovem gay de Nova York que se voluntaria para ser um “buddy” para pacientes terminais de Aids, o que o coloca em contato com Robert (Geoff Edholm), que, por causa da doença, foi abandonado pela família e pelos amigos. Com personalidades, opiniões e estilos de vida totalmente distintos, os dois acabam iniciando uma jornada de autoconhecimento e reflexão. Trata-se de uma produção de baixíssimo orçamento, com um elenco não profissional e dirigida por Arthur J. Bressan, Jr., conhecido por produzir filmes eróticos gays nos anos 70, porém, mesmo com todas as falhas e limitações, “Buddies” consegue ser surpreendentemente emocionante por abordar de forma delicada temas universais como amor, desejo, discriminação e solidão. Atualmente, o longa não é tão fácil de ser encontrado, mas, volta e meia, é exibido em festivais – como aconteceu no Festival do Rio, em 2018 – e há um esforço da família de Bressan para relançá-lo em DVD. *TEM REVIEW DE “BUDDIES” AQUI NO ROTA*

“OS INICIADOS” (2017)
Um aclamado filme sul-africano difícil de assistir por conta de sua crueza amarga, mas necessário por mostrar as consequências da opressão de uma sociedade extremamente machista e patriarcal. A trama segue Xolani (Nakhane Touré), que viaja para as montanhas rurais com os homens de sua comunidade com intuito de atuar nos rituais de Ulwaluko, que consiste na circuncisão de adolescentes de origem Xhosa para que eles ingressem finalmente na vida adulta. Xolani assume a responsabilidade sobre Kwanda (Niza Jay Ncoyini), um garoto rico da cidade grande cujo pai teme ser homossexual por ser “sensível demais”, porém, quando o iniciante questionador descobre o segredo mais bem guardado de seu tutor, um perigoso conflito se inicia. *TEM REVIEW DE “OS INICIADOS” AQUI NO ROTA*

 “A MORTE E VIDA DE MARSHA P. JOHNSON” (2017)
Esse já é muito famoso, mas vale a pena ser lembrado. O elogiado documentário original da Netflix debate a polêmica morte de Marsha P. Johnson, mulher transexual que esteve presente na revolta de Stonewall – onde já era quase uma figura folclórica, tamanha era sua fama na região. Após os eventos de 1969, ela se tornou uma das maiores ativistas dos direitos LGBTQ+ do mundo, sendo chamada de “A Rosa Parks dos LGBTQ+” e fundando, junto com Sylvia Rivera, a Transvestite Action Revolutionaries, um grupo de ativistas trans dos Estados Unidos. A produção, conduzida por Victoria Cruz, amiga pessoal de Marsha, investiga a onda de violência contra mulheres trans e a morte da ativista, assassinada em circunstâncias ainda misteriosas, em 1992.

“STONEWALL: ONDE O ORGULHO COMEÇOU” (2015)
Existem muitos filmes que retratam a história da revolta de Stonewall, este é apenas o mais recente e acompanha o jovem Danny (Jeremy Irvine), que, no fim dos anos 60, é expulso de casa após ter sua sexualidade exposta e segue sozinho para a cidade de Nova York, onde conhece Ray (Jonny Beauchamp) e seus amigos, todos pertencentes a minorias marginalizadas que frequentam o Stonewall Inn, bar mantido pela máfia que, infringindo as leis da época, recebia o público LGBTQ+. Assim, Danny começa a descobrir novas ideias políticas e as dificuldades da vida adulta, às vésperas da rebelião de Stonewall, quando lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros enfrentaram a polícia de Nova York, ato que culminou na Parada Gay, que hoje se espalhou pelo mundo.

BÔNUS: “STONEWALL: A LURA PELO DIREITO DE AMAR” (1995)
Para comemorar os 50 anos da Revolta de Stonewall, nada mais justo que indicar mais um filme inspirado nos eventos que marcaram o bairro de Greenwich Village em 1969. Nesta versão, uma dramédia, a história é contada pela drag queen La Miranda (Guillermo Díaz), frequentadora do Stonewall Inn que se apaixona pelo recém-chegado Matty Dean (Frederick Weller), que resolve entrar no mundo da montação, sendo ajudado pelas outras queens do local. Porém, após um longo histórico de perseguição de brutalidade policial, o grupo de drags se revolta quando os agentes tentam, por fim, colocá-las em um camburão.

MENÇÕES HONROSAS:
Apesar de o intuito deste especial ser de trazer alguns títulos menos conhecidos do grande público ou menos comentados, também tem espaço para relembrar outras produções de temática LGBTQ+ que já se tornaram clássicas. Então, o Rota deixa aqui uma lista de Menções Honrosas que não poderiam ficar de fora deste post comemorativo.

 “MÁ EDUCAÇÃO” (2004)
Nesta obra-prima do gênio espanhol Pedro Almodóvar, dois meninos, Ignacio e Enrique, conhecem o amor, o cinema e o medo num colégio religioso no início dos anos 60. No entanto, o padre Manolo, diretor do colégio e seu professor de literatura, é testemunha e parte dos descobrimentos. Anos depois, nos anos 80, Enrique Goded (Fele Martínez), agora um cineasta com bloqueio criativo, é procurado pelo antigo amigo, que lhe entrega um roteiro inspirado na adolescência dos dois, obrigando o diretor a reviver sua juventude e seus traumas no internato católico. Alternando passado e presente, o roteiro acompanha uma travesti (Gael García Bernal) que se reconecta com sua antiga namorada. O encontro faz a personagem refletir sobre a vitimização sexual e o trauma de esconder sua preferência sexual.

 “LAURENCE ANYWAYS” (2012)
Neste filme de Xavier Dolan, Laurence (Melvil Poupaud) é um homem comum, com uma vida confortável e um relacionamento estável com a namorada Fred (Suzanne Clément), porém, ele não consegue se sentir confortável em sua própria pele. Assim, em seu aniversário de 30 anos, Laurence revela para a companheira que deseja realizar a transição de gênero pois se sente uma mulher presa em um corpo masculino. Mesmo abalada com a revelação, Fred resolve permanecer ao lado do namorado, que sofrerá com a nova situação, tendo que lidar com preconceitos de familiares, amigos e colegas de trabalho.

“HOMEM E MULHER ATÉ CERTO PONTO” (1970)
Esta comédia satírica baseada na obra do ícone literário Gore Vidal causou muita polêmica na época do lançamento – assim como o livro que a originou. Mais conhecido pelo seu título original – “Myra Breckinridge” –, o filme é conta a história de Myron, o qual se transforma em Myra (Rachel Welch) para confrontar e abalar as estruturas da hipocrisia moralista, abrindo todos os armários da sociedade americana.

“HEDWIG AND THE ANGRY INCH” (2001)
Este é um clássico do teatro musical, que, após diversas montagens ao redor do mundo, chegou, finalmente, ao cinema em 2001. Conhecido aqui no Brasil pelo título “Hedwig – Rock, Amor e Traição”, essa comédia conta a história de Hansel, um cantor de rock “internacionalmente ignorado” que sonha com o estrelato. Sua grande chance surge quando ele se apaixona pelo doce soldado americano Luther, o qual promete levá-lo para os Estados Unidos, “a terra da liberdade”, onde eles se casariam e Hansel poderia alcançar a fama. No entanto, para que isso aconteça, o aspirante a rockstar terá que se submeter a uma cirurgia de mudança de sexo, porém, o procedimento não corre muito bem e Hansel vira Hedwig, que tem um “angry inch” – ou, uma “polegada raivosa”.

 “MENINOS NÃO CHORAM” (1999)
Neste aclamado drama biográfico, Hilary Swank interpreta Brandon Teena, um rapaz transexual que, recém-chegado à comunidade rural de Falls City, Nebraska, logo desperta o interesse de todos na cidade – principalmente, as mulheres – por causa de seu carisma e sua inocência. No entanto, ninguém sabe sobre a condição de gênero dele. Até que quando ele se apaixona por Lana (Chloë Sevigny), um amigo da garota, John (Peter Sarsgaard), descobre o segredo de Brandon e inicia uma jornada de perseguição e violência. “Meninos Não Choram”, além de ser uma excelente e fiel biografia, destaca-se por tratar da disforia de gênero do protagonista e, é claro, pela impecável atuação de Swank, que, por este papel, ganhou seu primeiro Oscar de Melhor Atriz.

“TRANSAMÉRICA” (2006)
Aqui, Bree Osbourne (Felicity Huffman) é uma orgulhosa transexual de Los Angeles, que economiza o quanto pode para fazer a última operação de redesignação sexual. Um dia ela recebe um telefonema de Toby (Kevin Zegers), um jovem preso em Nova York que está à procura do pai. Com isso, Bree se dá conta de que ele deve ter sido fruto de um relacionamento seu, quando ainda era biologicamente homem. Ela, então, vai até Nova York e tira o rapaz da prisão. Toby, a princípio, imagina que ela seja uma missionária cristã tentando convertê-lo e Bree não desfaz o mal-entendido, mas o convence a acompanhá-la de volta para Los Angeles. Em “Transamérica”, Felicity Huffman entrega uma das melhores atuações de sua carreira, ganhando diversos prêmios, mas acabou parando na lista de “Injustiçados do Oscar” por causa da vitória de Reese Witherspoon pelo filme “Johnny e June”.

 “DIVINAS DIVAS” (2016)
O primeiro documentário dirigido por Leandra Leal promove um reencontro entre Rogéria, Valéria, Jane Di Castro, Camille K, Fujika de Holliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios para realizarem uma nova montagem do espetáculo “Divinas Divas”, é, enquanto acompanha os ensaios, a produção relembra histórias da primeira geração de artistas trans do Teatro Rival, que participou do auge da efervescência cultural da Cinelândia e revolucionou o comportamento sexual, desafiando a moral da época.

“PELO MALO” (2013)
Neste premiado drama venezuelano, Junior (Samuel Lange Zambrano) é um garoto de nove anos com cabelos crespos que deseja alisá-los para uma foto no álbum da escola, a fim de parecer com um famoso cantor. Isso o faz entrar em conflito com sua mãe, Marta (Samantha Castillo), a qual teme que o filho seja gay. E quanto mais Junior tenta melhorar o visual para agradar a mãe, mais ela o rejeita, obrigando-o a enfrentar uma difícil decisão.

“UMA MULHER FANTÁSTICA” (2017)
Neste drama chileno ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Marina (Daniela Vega) é uma garçonete transexual que passa boa parte dos seus dias buscando seu sustento. Seu verdadeiro sonho é ser uma cantora de sucesso e, para isso, canta durante a noite em diversos clubes de sua cidade. O problema é que, após a inesperada morte de Orlando (Francisco Reyes), seu namorado e maior companheiro, sua vida dá uma guinada total e ela tem que enfrentar o preconceito da família de seu amado.

 “AMOR POR DIREITO” (2016)
Nesse tocante drama estadunidense, a policial de New Jersey Laurel Hester (Julianne Moore) e a mecânica Stacie Andree (Ellen Page) estão em um relacionamento sério. No entanto, o mundo delas desmorona quando Laurel é diagnosticada com uma doença terminal. Como sinal de amor, ela quer que Stacie receba os benefícios da pensão da polícia após a sua morte, só que as autoridades se recusam a reconhecer a relação homoafetiva delas.

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