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Da metrópole ao interior: Abaixo da Gravidade conta a história do velho Bené

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O velho Bené (Everaldo Pontes) tem uma vida boa, simples e pacata, de tudo que a terra pode lhe oferecer. Muito querido pela comunidade como curandeiro, misturando remédios naturais com práticas espirituais que misturam Candomblé, Cristianismo, Budismo e até Hinduísmo. Sua vida é impactada por dois fatos: uma doença que afeta a próstata, e uma jovem e linda moça chamada Letícia (Rita Careli). Por conta da doença, Bené vai para sua antiga cidade Salvador com Letícia para ver um médico, e é ai que tudo muda.

O diretor, Edgar Navarro, cria imediatamente uma ladeira na qual personagem de Bené começa a descer. Se o interior era o paraíso do velho, a cidade grande é um buraco negro que contrapõe todos os valores que o ancião acredita, apesar disso Navarro cria uma visão realista de Salvador com carinho, em vez de algo desolador como a maioria das grandes metrópoles são. Logo, Bené afunda numa melancolia causada por desilusão amorosa, a doença, os problemas da idade, e até solidão, contudo faz amizade com Galego (Ramon Vane), um mendigo que sintetiza todas as durezas que a cidade pode trazer e ao mesmo traz o tom cômico do filme. Todos os personagens são muito reais o que cria uma relação de importância com o expectador.

A montagem do longa usa de recursos textuais como as pichações da cidade para aliviar o monólogo do filme, que fica tedioso em algumas cenas. A maior falha vem com o personagem Myself (Bertrand Duarte), que sintetiza o homem egocêntrico e rico da metrópole. Por ser tão oposto a todo resto do filme, ele acaba ficando fora de lugar no roteiro, alheio ao resto da história.

Dizer muito mesmo com poucas palavras é o maior valor do longa, escondendo a morte de seu protagonista e ainda assim o levando para o coração de sua fé, onde sempre esteve sua felicidade.

 

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