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Retrato de Amor aborda as questões culturais do país e as diferenças entre as novas gerações

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Rafi (Nawazuddin Siddiqui) é um um fotógrafo que trabalha nos pontos turísticos de Mumbai e é constante mente presionado pela família para se casar logo. Então, um dia, ele decide pedir à universitária Miloni (Sanya Malhotra), um total desconhecida, para fingir ser sua namorada enquanto a avó dele estiver de passagem pela cidade. A jovem se mostra um pouco relutante no início, mas acaba aceitando a proposta e, assim, os dois começam a desenvolver laços que os surpreendem, afinal, se já que terão de fingir um relacionamento mesmo, por que não se conhecerem melhor?

Esta é a premissa de Retrato de Amor, uma coprodução entre Índia, Alemanha e Estados Unidos, escrita e dirigida por Ritesh Batra, cujo primeiro acerto é abordar as questões culturais do país e as diferenças entre as novas gerações e as passadas. A família de Rafi vem de um vilarejo pobre na zona rural e é muito apegada às tradições, diferente do fotógrafo, que não apenas de mudou para uma grande cidade, como também deseja sair para fotografar o mundo.

Já a família de Miloni faz parte da classe média indiana, vive em um bom apartamento, incentiva os estudos da filha, mas também não esconde o desejo de que ela se case logo, de preferência com um homem bem sucedido – o que não é o caso de Rafi. No entanto, a jovem não possui planos tão ambiciosos e começa a contemplar a ideia de ter uma vida mais simples em uma cidade menor. E quanto mais os dois se aproximam, mais a vontade de mudar de vida aumenta.

Com isso, o longa se desenvolve em uma sequência de encontros entre o suposto casal e a avó do homem – o que faz um ótimo contraponto entre as gerações -, encontros entre Rafi e Miloni e os momentos solitários de cada um – neste momentos, há, ainda, uma interessante questão social, uma vez que a empregada é, basicamente, a única pessoa com que a jovem conversa, pois e mulher acredita que sua obrigação é servir àquela família da melhor maneira possível, ela realmente se acha inferior e isso pode parecer um pouco chocante às vezes.

Assim, Retrato de Amor é um filme que pode parecer um pouco repetitivo – principalmente ao longo do segundo ato -, mas possui muito mais méritos do que falhas – além das questões sociais e geracionais, o longa ainda aborda a situação da mulher na índia por meio do assédio que Miloni sofre de seu professor -, e, talvez, o maior deles seja a desconstrução das estruturas clássicas do gênero Romance, as quais fariam com que os dois se apaixonassem ao longo do relacionamento falso, a família dela seria contra, mas eles ficariam juntos mesmo assim – e estes são fatos apontados por Rafi na última cena. Porém, aqui, o roteiro opta por seguir outro rumo, terminando onde o Romance, de fato, começaria – e não são necessárias explicações sobre o que acontecerá às personagens -, o que foi uma boa solução para compensar a premissa já tão familiar.

 

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