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“The OA”: Um conto de H.P. Lovecraft nos dias atuais

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Por: Mallu Correa Recentemente cancelada pela Netflix, “The OA” foi uma série que conquistou e cativou muitas pessoas ao redor do globo, fãs dedicados que se empenharam em decorar gestos, montar teorias e atribuir diversos sentidos a todo o universo criado pela série. Sua  primeira temporada foi lançada em 2016, já a segunda, em 2019, o que deu tempo o suficiente para os fãs sofrerem, imaginarem e pedirem incansavelmente pela continuação de sua história.

A primeira temporada conta a história de Prairie Johnson (Brit Marling) , uma garota cega que some por sete anos e volta com a visão totalmente recuperada. Sem querer contar aos pais o que realmente aconteceu, ela acaba reunindo um grupo de pessoas interessadas na sua história e a série segue com os flashbacks do que ocorreu nos últimos anos, enquanto também mantém uma narrativa no presente, com o grupo tentando acreditar (ou não) na história da protagonista.

Para as pessoas que gostam da histórias fechadas, com tudo mastigado para o público: “The OA” não é para você. Mas pra quem gosta de teorias, tem a imaginação aguçada e gosta de ser provocado, questionado e é atraído por grandes metáforas: essa é sua série. Algumas coisas que acontecem com Prairie parecem ter saído de um livro de ficção cientifica, enquanto outras de alguma religião que há muito tempo não têm fiéis. Temas como várias dimensões, ressurreição e experiências de quase morte são abordados, além de outros frequentemente vistos como atentados ou médicos malucos, tudo isso misturado em uma história única e envolvente.

Na segunda temporada, toda essa viagem é ainda mais intensificada, com temas sociais sendo vistos de forma totalmente diferenciada, todo o assunto de viagens por dimensões é ainda mais explorado pelos roteiristas. Na segunda temporada, Prairie viaja para outra dimensão e acorda como Nina Azarova, uma nova versão de si mesma, porém acaba cruzando com outra versão de Hap (Jason Isaacs), o vilão da primeira temporada, assim como de seus amigos feitos na dimensão “original” da trama. Nessa segunda temporada, o foco acaba ficando mais em Nina ajudando um novo personagem, Karim (Kingsley Ben-Adir), a investigar um jogo que supostamente está viciando jovens pelo mundo e foi responsável pelo desaparecimento de uma menina.

Apesar de responder muitas dúvidas criadas na primeira temporada, na segunda o universo de “The OA” e suas possibilidades são expandidas a níveis que nenhuma mente de nenhum fã nesse mundo foi capaz de alcançar. As referencias são elevadas e toda a trama parece um conto de H.P. Lovecraft dos dias atuais. Apesar de explorarem muito o conceito de multiverso criado na primeira temporada, o leque de teorias e a busca por explicações cresce de maneira fora do normal na segunda.

Apesar de deixar muitas coisas sem explicação e ter sido cancelada mesmo com barulho dos fãs. O último episódio tem uma beleza e um charme que, se estendido, poderia prejudicar a série. Desde o princípio, o conceito de The OA era deixar as coisas no ar, era instigar o expectador e fazê-lo imaginar coisas muito além, a série começou e terminou dessa forma. Mesmo que muitos personagens deixem saudade e muitos desdobramentos da história não cheguem a nós, The OA teve um fim, na medida do possível, digno.

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