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Meu amor por grace: Um romance inter-racial no antigo Oriente

Publicado em:

Por Mallu Correa

Meu amor por grace é, para não dizer em outras palavras, triste. A premissa do filme é interessante: um romance inter-racial que nasce em uma época conturbada no antigo Oriente. Jo,  é um menino mestiço, e por isso considerada “um azar”, é deixado sozinho no mundo quando a mãe morre pela peste. Ele acaba sendo adotado por um médico que veio de outro continente para tentar ganhar a vida, e cresce apaixonado em uma menina rica da cidade, cujo pai comanda várias plantações de café na região.

O filme tem sérios problemas em conseguir estabelecer um ponto dramático, o “vilão” do filme é tão mal construído que acaba se tornando todos os clichês vilanescos encontrados em filmes de romance. Desde “minha família está me obrigando a casar” até “homem moderno veio para substituir um caipira bonzinho”, isso tudo passando por momentos de arrogância, violência e até surgindo com uma filha má que não serve pra absolutamente nada na narrativa.

Quase como um conto de fadas estereotipado, o filme peca em vários sentidos. A figura do médico que cuida do menininho e luta para se tornar pai dele legalmente poderia dar um bom roteiro se fosse mais trabalhado, mas acaba servindo apenas como whitesavior, no qual um homem branco salva a vida do pobre personagem racializado. Enquanto isso, temos um romance totalmente infundado, no qual duas trocas de olhares entre os protagonistas já são suficientes para fazer o casal querer viver o resto da vida junto. O pai e a avó da garota até conseguem ter uma história um pouco mais aprofundada, com dramas que realmente colaboram para o filme andar, mas que no fim são deixados de lado e resolvidos por um passe de mágica.

Apesar de importante fazer filmes com protagonistas não-brancos e que contem histórias fora do eixo EUA-Europa, existe um cuidado imenso que se deve ter acerca de como construir o roteiro e como desenvolver esses personagens, caso contrário, a tentativa acaba caindo em um limbo de projetos considerados racistas e ofensivos, os quais a indústria, infelizmente, já está cheia.

 

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