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Midsommar: O Mal Não Espera a Noite – Aris Aster traz novo filme com primor técnico

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Durante centenas de anos, os povos vikings reinaram por todo norte europeu, e até além, entre estes reinos estava a Suécia. Como muitas sociedades pagãs, eles comemoravam as mudanças de estações, fazendo analogias com as fases da vida. Midsommar é o nome do ritual de celebração ao solstício de verão, quando a colheita começa a dar frutos. Estes rituais ainda acontecem, porém foram muito suavizados com o passar das Eras, isso quer dizer que eles não realizam mais os sacrifícios humanos. Ao menos, até onde sabemos, eles não são mais realizados.

Da mesma forma que vez em Hereditário, Aster trouxe novamente uma obra com uma seita em foco. E deixando realmente a marca do seu estilo de horror, e não terror como é divulgado através do mercado. O terror é o estado de pavor, já o horror é o estado de choque e pura repulsa. Contudo, a palavra que definiria este filme seria: desconforto, tudo nele causa uma sensação desconfortável proposital. A trilha sonora, a forma como os personagens expressão os sentimentos nos momentos de estresse, até os planos de câmera feitos. O diretor se superou muito desta vez com a câmera, fazendo transições de cenas muito criativas, e que também causam certo incômodo. Um exemplo é quando ele filma de cabeça para baixo a viagem de carro, daí a câmera foca no céu e fica girando até eles chegarem no lugar que deveriam. A atuação de Florence Pugh, que interpreta a protagonista Dani, é tão real que quando ela tem seus ataques de pânico é assustador assistir como ela grita.

Existe muita pesquisa cultural sobre todos os rituais das civilizações pagãs da Suécia, assim como Hereditário tinha referências reais da magia gótica (acreditasse que são ensinamentos vindos do Rei Salomão, que  se tratam de invocar e controlar demônios). No caso de Midsommar, existe o alfabeto rúnico, em que cada símbolo tem um significado. Além de as festividades do filme serem muito baseadas nos rituais vikings feitos no templo da Velha Uppsala, a cada 9 anos durante 9 dias e 9 noites, toda a população se reunia para os rituais em homenagem a trindade nórdica (Odin, Thor e Frey), nesse ritual eram realizadas 9 sacrifícios de 9 machos de “todos os seres vivos”, isso incluí humanos. Além de ter a profunda ligação que os nórdicos tinham com o número 9.

Por mais que a simbologia do filme, seu primor técnico e atuações de todo elenco sejam excelentes, a história em si é incerta, não expõe claramente o que pretendia. Existem as tramas entre os personagens, os conflitos internos, só que elas ficam tão ofuscadas diante da magnitude gigantesca do horror apresentado. E essa é a maior fraqueza da obra, é um tapa na cara com soco no estômago que não conta uma história clara e concisa. Também não é nem de longe, nem de muito longe, um filme para o público massificado, vai desagradar qualquer um que não pegar os primores técnico e de pesquisa cultural. É possível que o verdadeiro objetivo do filme seja apenas causar o choque.

 

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