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“PIAF E BRECHT – A Vida em Vermelho” no Imperator

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Em “PIAF E BRECHT – A Vida em Vermelho”, de Aimar Labaki, Leticia Sabatella e Fernando Alves Pinto, é uma encenação não biográfica, dirigida por Bruno Perillo. Os atores fazem uma dupla clownesca que interpreta o cancioneiro do dramaturgo e diretor alemão – como “Balada de Mack Messer”, da “Ópera dos Três Vinténs” – e da cantora francesa – “Padam, Padam”, “Milord”, entre outros – referenciando o cabaré franco-germânico. Com muito bom humor, a dupla propõe uma espécie de competição musical.

“Eles tentam defender o personagem de que gostam mais e acabam mostrando um contraponto entre o racional de Brecht e o emocional de Piaf. O repertório deles é muito formador”, diz Sabatella. “Bertold Brecht é infinito. Quantas coisas que ele fez, que provocou de mudança na cultura mundial”, conta Fernando Alves Pinto. Os atores são acompanhados por 3 músicos: Giba Favery – bateria/percussão, Bruno Monteiro – piano e Zéli Silva – baixo elétrico. A produção do espetáculo, no Rio, é da Gávea Filmes.

Piaf e Brecht nunca estiveram juntos na vida real. Esse encontro foi imaginado por Aimar Labaki que, em seu texto, provocou um embate entre duas personalidades com ideias completamente distintas. Aimar contesta o imaginário popular das figuras de Bertolt Brecht e Edith Piaf. “A gente tem a ideia do Brecht politizado e da Piaf romântica. Mas eles não cabem nessa caricatura”, destaca Labaki. Na ficção, os dois se encontram num cabaret e ensaiam um espetáculo. Ele coloca o homem em xeque. Ela expõe a própria alma. “Edith Piaf tem um modo próprio de cantar, com toda lapidação, ela preserva a voz rascante, a voz vivida. Me sinto muito comovida em cena de estar recebendo essa entidade, essa força que é Piaf. Ela é uma voz que vem do lugar mais vital, mais visceral, como uma Elza Soares, como uma Elis Regina. Entrar em uma força dramática que é ser uma Piaf, me interessa muito. O lugar da voz também, porque é um lugar de muita força, de muita emoção. Piaf faz tudo com muita verdade. Ela é um ícone”, destaca Sabatella.

O encontro é usado para evocar uma série de temas importantes para o Brasil e para o mundo contemporâneo. Leticia Sabatella e Fernando Alves Pinto interpretam os personagens títulos e outros personagens que vão invadindo a ação. Mais do que competir pelo título de melhor cancioneiro, os dois disputam pelo melhor modo de vida. Ao longo do espetáculo, esses dois universos mostram que podem coexistir. “Brecht canta os marginais da sociedade. Piaf é uma verdadeira representante dos excluídos. O conflito de ideias entre Piaf e Brecht simboliza de alguma forma a intolerância e a dificuldade de aceitação de ideias diferentes, não só no Brasil, mas no mundo. A complexidade que é viver em sociedade. Como construir um coletivo de pessoas e ideias que possam habitar uma cidade, um país, com diferenças, mas num ambiente harmônico, da melhor forma”, destaca o diretor Bruno Perillo.

SERVIÇO
“PIAF E BRECHT – A VIDA EM VERMELHO”
Data:  19 a 21 e 27 a 29 de setembro de 2019
Horário: Sextas e sábados às 20h e domingos às 19h
Local: Teatro Imperator (Rua Dias da Cruz, 170 – Méier)

Foto: Flavia Canavarro.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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