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Galeria Nara Roesler apresenta nova exposição de Vik Muniz

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A Galeria Nara Roesler | São Paulo apresenta Superfícies, terceira mostra individual de Vik Muniz na sede paulista da galeria. Composta por uma série inédita de trabalhos, todos únicos e produzidos em 2019, a mostra abre ao público no dia 24 de outubro, 2019.

Ao mudar-se para os Estados Unidos em 1983 e ver de perto obras que conhecia somente através de reproduções, Vik Muniz percebeu a enorme diferença que há entre interagir fisicamente e analisar a arte através de réplicas. Estes dois modos distintos de vivenciar as produções artísticas pautaram o trabalho realizado pelo artista ao longo das três décadas de sua carreira.

Através de sua obra o artista convida o espectador a desbravar territórios ambíguos, repletos de dualidades: entre imagem e sua contrapartida física, entre mente e matéria, percepção e fenômeno. Este “exercício metafísico”, segundo o artista, desafia nossos sentidos e nossa percepção a traçar novos caminhos através de uma realidade em constante mudança, obrigando-nos a reconhecer a fragilidade de nossas certezas.

A necessidade constante de reconfiguração da realidade decorrente do advento das novas mídias é aproveitada por Vik Muniz para romper os paradigmas que tradicionalmente polarizaram a pintura e a fotografia, resgatando a relação entre o material e o pictórico presente em sua produção desde o início de sua carreira – em uma de suas primeiras séries, Best of Life, o artista desenhava fotografias famosas a partir de sua própria memória para então fotografar os desenhos e exibir as imagens resultantes.

Para Muniz, as superfícies pintadas, tradicionalmente um campo epistemológico reservado exclusivamente aos pintores, ao serem continuamente visualizadas e reproduzidas ao longo da história, tiveram a sua aura material diminuída. Suas cores, contexto ou composições são facilmente lembradas, em detrimento da textura de sua superfície e sua fisicalidade.

Em sua nova série, o artista subtrai novamente o elemento concreto que diferencia uma pintura de uma fotografia e a reapresenta, através de uma imagem em camadas. Os trabalhos a serem apresentados em Superfícies, exploram duas abordagens recorrentes em seu vocabulário artístico: ora um material em busca de significado, ora uma imagem em busca de uma renovação física.

E embora as obras utilizem a pintura tanto em seu processo quanto em seu conceito, elas não são pinturas – ainda assim, enquanto imagens fotográficas de obras que existem de forma autônoma e física, elas também não são abstrações. O resultado são imagens fotográficas não reprodutíveis, que de forma ambígua, valorizam simultaneamente as superfícies materiais e conceituais da pintura e que, para obterem êxito, necessitam da presença física do observador.

Esta negociação entrópica de perda de material e ganho virtual leva o espectador a questionar sua relação com a experiência física da obra de arte em um contexto em que as imagens e a própria ideia de realidade são mediadas pela tecnologia digital, hoje onipresente em nosso cotidiano.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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