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Malévola 2: Dona do Mal – As Origens da icônica vilã chega aos cinemas

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  Desde que a Dona Disney começou a virar as lentes do ponto de vista de suas histórias de contos de fadas, a popularidade dos vilões cresceu exponencialmente. Daí virem o primeiro filme solo de Malévola – a madrasta malvada da Bela Adormecida –, os três longas dos Descendentes – que mostram não só os vilões, mas seus filhos –, e, mais recentemente, os novos filmes da Marvel, Aquaman e Pantera Negra,que recorta vilões que não se enquadram tanto nesse quesito, por apresentarem motivações e passados muito humanos, aos quais os espectadores se relacionam.

  Assim, em Malévola 2, nós começamos o filme em harmonia entre a personagem e sua enteada, Aurora (Elle Fanning, com sua carinha de boa moça, mas sem oferecer mais que isso), porém o príncipe Philipp (Harris Dickinson, outro rostinho bonito, cuja função no filme é ser isso mesmo) pede Aurora em casamento, e isso traz certo distúrbio no relacionamento familiar. A contragosto, Malévola aceita um convite para jantar no palácio, em sinal de trégua para unir as famílias, porém o que era para ser uma linda noite de noivado se transforma rapidamente numa armadilha maquiavélica para voltar a colocá-la na posição de pessoa odiada.

É preciso dizer que o filme é constituído imensamente na incrível capacidade de Angelina Jolie conseguir transmitir uma gama de sentimentos sem emitir nenhuma palavra. A entrada dela em cena, a forma como ela olha, como se mexe, tudo isso constitui esse personagem ambíguo, poderoso, prestes a mostrar seu real poder. Grande mérito da atriz, que captou a essência da personagem, e do diretor Joachim Ronning, que soube dar esse espaço de construção para atriz explorar toda a sua potencialidade.

 O longa traz vários elementos sociais profundos que merecem debate, mas, ainda assim, os elementos fantasiosos e dos contos estão presentes, ajudando a construir as alegorias de uma segunda história dessa Malévola que, quanto mais conhecemos, mais concordamos com ela. O roteiro tem lá suas deslizadas e opta por vezes por soluções fáceis demais, porém nada que comprometa a estrutura do enredo – e, a bem da verdade, algumas dessas soluções também são para aproximar o público infantil.

    Malévola 2 é um filme que faz uma merecida continuação à história iniciada em 2014. É dessas histórias para todas as idades e públicos, mas que cada um irá ver e amar de uma forma diferente.

Imagem: divulgação Disney

 

Janda Montenegro
Janda Montenegro
Escritora, roteirista, mestranda em Literatura Brasileira pela UFRJ, crítica de cinema, tradutora e revisora.

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