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Elizabeth Banks dirige nova sequencia de As Panteras, com um humor e feminismo

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Desde 1976, As Panteras se apresenta como um respiro minimamente feminista, sufocado pela quantidade de homem que comanda Hollywood. Lá atrás, quando a série foi lançada, ela já era famosa pelas três protagonistas, que agiam como espiãs e se aproveitavam de seu sex appeal para tirar vantagem de homens e garantir o sucesso da missão. Apesar da série ter decaído após a terceira temporada e ter sido cancelada na quinta, quando sua popularidade já estava baixíssima, a originalidade da obra em meio a todas as outras narrativas que caiam na mesmice a fez ganhar seu reboot nos anos 2000, o famoso filme estrelado por Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu.

No novo filme, temos uma obra que deixa claro desde o início que não pretende fazer um remake ou algo fiel ao que era, pelo contrário. Elizabeth Banks, que estreia como diretora de um filme de ação, se propõe a fazer uma clara sequência dos filmes anteriores, com direito a inúmeras referências e até participações, que deixam qualquer fã com o coração quentinho, mas que também tenha uma narrativa e um conceito próprio, se afastando do que era proposto na série e nos outros filmes.

Agora, temos uma empresa já consagrada que recruta Panteras de todo o mundo, com vários Bosleys espalhados com a missão de treiná-las. A história se da com a personagem Elena (Naomi Scott), uma renomada cientista que cria um aparelho de energia sustentável, mas que também pode virar uma arma letal se cair em mãos erradas, As Panteras já dentro do programa, representadas aqui por Kristen Stewart, que interpreta Sabina, e Ella Balinska, que da vida a Jane, têm o desafio de encontrar o aparelho roubado e proteger Elena.

Banks têm um tesouro nas mãos e sabe utilizar ele; as obras anteriores, mesmo com fortes protagonistas femininas, sempre focaram em sexualizar o máximo possível as meninas, fazendo com que seu forte sempre fosse o corpo e a provocação. Aqui, a diretora não abre mão dessa premissa, que faz os homens de bobos e levados facilmente, mas também não torna isso a arma principal de cada uma das meninas. Elena, a novata, é super inteligente e pode hackear qualquer dispositivo, Sabina é o alívio cômico, que sabe brincar e manipular os outros só na sua conversa, e Jane, que é a que mais se aproxima das Panteras originais, é extremamente habilidosa lutando e atirando.

A escolha do trio principal foi certeira, as três têm uma enorme química em tela, sabendo dar espaço necessário para cada uma, desenvolvendo as personagens o melhor possível no tempo que o filme têm, enquanto ainda precisa saber conciliar com os plot twists da trama, que sempre foi uma marca registrada das Panteras.

O filme não é só maravilhas, infelizmente, mesmo que a intenção de Banks, que foi produtora, roteirista, atriz e diretora, não tenha sido fazer uma releitura fiel das obras originais, talvez isso desagrade os fãs das primeiras produções, visto que a estética trash em que elas se consagraram não está presente nessa nova obra, além de muitos outros clichês também terem sido deixados de lado. O foco do filme foi ter homenagens realmente diretas aos filmes anteriores, e deixar as mais implícitas de lado, priorizando uma obra diferente. Além disso, algumas piadas podem ser forçadas e mal utilizadas, poucos pontos em que talvez mais um tratamento no roteiro poderia ter resolvido.

De qualquer forma, As Panteras está longe de ser um filme ruim. Ele realmente cumpre sua função de blockbuster, com lutas desde a primeira sequência e personagens bem carismáticos. O tempo inteiro a militância feminista se faz presente, em tempos em que as manifestações do #MeToo, #TimesUp e #NiUnaAMenos se tornaram questões tão comentadas e disseminadas, ter um filme com uma popularidade tão grande e já aceito pelo grande público, com um teor extremamente crítico, didático e responsável, é extremamente importante.

As novas Panteras tem um potencial enorme e pode conquistar muita gente, a única dica é não assistir pensando unicamente em comparações com os antigos e abrir a cabeça para o que de novo elas têm a oferecer. Com certeza vale a ida ao cinema,

 

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