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Parasita coloca em tela a falta de consciência de classe

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Parasita conta a história de uma família que vive em um cômodo que mais parece um porão, perto de um lixo, com entulhos de caixas de pizza as quais eles vendem como sustento. A vida dos protagonistas não é nada fácil e as cenas iniciais deixam isso bem explícito, tendo que fazer malabarismos dentro da pequena moradia pra conseguir roubar o wifi de algum vizinho. Tudo muda quando um amigo rico do filho Ki-woo, oferece para ele um emprego de tutor de uma adolescente num bairro nobre da cidade, a partir daí, a família toda vai se envolver em tramas e mentiras para se infiltrar dentro da casa e garantir empregos para todo mundo.

Além de um mero filme de suspense ou drama familiar, a obra de Bong Joon-Ho é uma crítica severa a desigualdade social. O diretor não faz questão de um roteiro que faça nexo entre os fatos, ele exige do telespectador que se acredite fielmente na malandragem da família, que se organiza para entrar na vida e na casa dos Park. Ao mesmo tempo que também contam com a sorte e um mínimo de ajuda de um deus ex-machina para conseguirem entrar e sair de situações que se envolvem.

Apesar disso, desde o começo está claro que a intenção do filme não é ser fiel a realidade, mas sim, denunciar o que é a realidade. A vida das duas famílias se encontram e se chocam de forma que conseguem tirar suspiros, risos e lágrimas do telespectador. A família rica, ingênua, porém não deixa de se aproveitar de seus privilégios de classe, se encontrando diretamente com outra que desde cedo teve que aprender a se virar caso quisessem comer. O filme fala sobre extremos, sobre sobrevivência, sobre sociedade.

Em uma cena específica, na qual a casa da família mais pobre é totalmente destruída, a direção de Bong se mostra impecável, mostrando, plano a plano, uma família sofrendo, tentando salvar o pouco que lhe resta, enquanto a outra dorme no conforto, sem ser minimamente afetado por tudo o que acontece a sua volta. E é nisso, principalmente, que o filme acerta. Não só em mostrar a desigualdade social, mas em colocar em tela a falta de consciência de classe, um dos maiores problemas que o mundo enfrenta agora.

O filme é bonito, é engraçado, é assustador e é importante. Fazendo uma certeira analogia com a família “parasitando” a vida de outra, Parasita ainda vai longe nas premiações, seu tom sabe brincar, conquistar e ironizar na medida certa.

 

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