O Preço da Verdade: Filme, baseado em fatos reais, leva justiça a uma comunidade exposta à produtos químicos mortais

Baseado em um artigo de Nathaniel Rich, publicado na New York Times Magazine, intitulado “O advogado que se tornou o pior pesadelo da DuPont”, o filme conta a história de Robert Billot, um grande advogado corporativista que, por um pedido de família, acaba se comovendo com a história de um fazendeiro que esta perdendo toda a sua propriedade e jura que o motivo são resíduos tóxicos vindos de uma fábrica perto da região. Quanto mais Billot entra nessa briga, mais esferas da sua própria vida ele arrisca para provar a versão do dono da fazenda.

Estrelado e produzido por Mark Ruffalo, o filme que, de primeira, parece mais como um mero entretenimento digno de uma sessão da tarde, conforme vai ganhando corpo, começa a mostrar a verdadeira mensagem por trás de tudo, que com certeza vai impactar grande parte, se não todos, os telespectadores.

Apesar do roteiro ter algumas falhas, como pontos que ficam muito em aberto ou momentos corriqueiros demais que ficam sem muitas explicações, a ideia central do projeto é denunciar ou revelar a denúncia que um grande advogado americano fez. E nisso o filme acerta. Cercado por advogados corporativistas, chamado de louco pela família, pelos amigos, quase perdendo o emprego. O filme fala, principalmente, sobre a busca pela verdade e, obviamente, sobre seu preço. Ruffalo consegue mostrar aqui que pode ser muito mais que apenas um herói que muda de forma, ele pode se transformar num verdadeiro herói para o povo.

O filme também tenta, sem muito sucesso, forçar uma Anne Hathaway dona de casa, mãe de três filhos, que está com seu marido na alegria e na tristeza. Apesar de Anne não ter uma performance ruim, aqui sua pessoa ou até mesmo um pouco de sua fama, faz com que ela destoe demais da personagem que foi estabelecida, além da péssima química com Ruffalo como casal.

Infelizmente, pelo seu ritmo despadronizado o filme talvez não seja um grande sucesso, mas a mensagem que Ruffalo tenta passar aqui, o tapa na cara que o publico leva sobre seu próprio consumo e modo de viver deveria, com certeza, ganhar uns holofotes a mais.

Foto: divulgação Paris Filmes