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A Viagem de Chihiro – A obra-prima de Miyazaki

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Dentro da cultura xintoísta japonesas todas as coisas têm um espírito vivo, ou seja, um floresta tem um espírito ou Deus que a representa, ou então um rio. Tudo que é adorado, direta ou indiretamente, tem um espírito. Nessa cultura com, literalmente, mais de 8 milhões de deuses, o mundo dos espíritos e dos humanos nunca se misturam, pois muitos desses espíritos podem não ser tão simpáticos. Contudo, Chihiro acaba caindo nesta tradicional casa de banhos onde esses mesmos 8 milhões de deuses vem descansar os ossos. Essa pequena menina vai descobrir que até uma criança humana tem força para mudar as coisas.

É impossível descrever A Viagem de Chihiro em apenas um texto, porque ela é realmente uma obra-prima em sua técnica, trama, narrativa e em seus signos. Mas você deve estar se perguntando, caro leitor, por que você deveria assistir esse filme. Pois bem, primeiro ele é um esmero visualmente, nos mínimos detalhes. Pegue qualquer cena de A Viagem de Chihiro e dê quantos zooms quiser, você vai apenas achar mais detalhes na animação. A arte do filme tem tanta qualidade porque ela é feita a mão, em primeiro lugar. Em segundo lugar, existiam várias equipes de animadores, em locais diferentes, para fazer cenas diferentes baseadas em anatomia, arquitetura, cultura e história japonesa, e muito mais.

Uma curiosidade sobre o filme é que Miyazaki não tinha o roteiro pronto quando a produção começou, é porque o próprio diretor não faz roteiros. Miyazaki começa produzindo o storyboard do filme, quadro a quadro, e daí ele vai montando o filme. O filme nasce do visual, e desse visual se cria a história. Mesmo não criando um roteiro escrito, o diretor é extremamente detalhista, tanto que todos os nomes dos principais personagens tem significados, ou são inspirados em personagens da cultura japonesa. Por exemplo, o nome verdadeiro do amado Haku, Nigihayami Kohaku Nushi, quer dizer Deus do Rio Âmbar Veloz.

Você achou que todas as qualidades deste filme acabaram? Achou errado! Porque o melhor é a protagonista, Chihiro. Além de ser uma protagonista feminina, marca de quase todos os filmes de Miyazaki, ela não resolve todos os problemas e dificuldades com socos e chutes. Não, violência nunca é a solução para um filme desse diretor. As soluções são: humildade, cortesia, gentileza e esforço. Todas essas qualidades que Chihiro possui fazem com que todos gostem dela, e passem a ajudá-la, de bruxas gananciosas a espíritos sem rosto.

Achou que falta motivos  para assisti-lo?  A Viagem de Chihiro é o único filme não-estadunidense a ganhar o Oscar de Melhor Animação.

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