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Especial Studio Ghibli: Uma nova forma de contar histórias

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Após o sucesso de Hayao Miyazaki, Nausicaä do Vale do Venro, se junta à Isao Takahata, Toshio Suzuki e Yasuyoshi Tokuma, assim fundando o Studio Ghibli, em 1985, como é conhecido mundialmente. O primeiro filme oficial do estúdio também foi de Miyazaki, O Castelo do Céu, em 1986, que arrecadou um total de mais de 150 milhões de dólares, somando bilheteria de cinema, venda em varejo, e exportação para outros países.

Comparado à produções que temos hoje, Castelo no Céu nem teve um lucro tão grande, contudo os animes estavam começando a viajar pelo mundo na década de 1980, ou seja, para a época foi um grande sucesso. Em 1988, com o lançamento de Meu Amigo Totoro, o Studio Ghibli adotou Totoro como seu logotipo, que abre todos os filmes.

A Ghibli, forma carinhosa na qual os fãs se referem ao estúdio, tem um total de vinte um filmes até o momento, já tendo o vigésimo segundo em produção. Abaixo você encontra dez filmes do Estúdio Ghibli para maratonar.

Sussurros do Coração (1995)
Miyazaki e Takahata são os verdadeiros gênios da Ghibli, por isso eles vão dominar a lista, contudo o diretor deste filme, Yoshifumi Kondo, era a grande aposta dos dois gênios para tornar-se o terceiro grande chefão do estúdio. Infelizmente, Kondo morreu em decorrência de problemas cardíacos 3 anos depois do lançamento de seu único filme.

Sussurros do Coração é um filme realmente muito bom, ele está em último lugar nesta lista, o que só denota a qualidade absurda que é um filme Ghibli. A trama do filme aborda o processo de maturidade de Shizuku e Seiji, interesse amoroso de Shizuku. Os dois tem uma relação muito bonita, na qual ambos se apoiam em seus sonhos para o futuro. Não é um filme que tenta ser genial, é realmente muito simples a trama, que tem como objetivo, desenvolver sentimentos mundanos dos personagens.

Meus Vizinhos, os Yamadas (1999)
Este foi o primeiro filme mais ambicioso, em questões artísticas, do Studio Ghibli. Dirigido por um dos co-fundadores do estúdio, Isao Takahata, Meus Vizinhos, Os Yamada foi um marco na Ghibli, pois ele foi o primeiro filme pintado digitalmente. Por isso, ele tem esse estilo de fotos aquareladas, que tornou-se um diferencial dentro do estúdio, que sempre fazia os filmes a mão.

É um filme de esquetes, permeadas na visão da caçula da família Yamada, Nonoko, que acompanha casos da vida da família. Por conta de ter uma visão Infantil, ele é muito mais cômico, porém, ainda possui o desenvolvimento de personagens muito bem apresentado entre todos os curtas que formam o filme.

Reino dos Gatos (2002)
O pessoal que gosta de gatos vai adorar esteja aqui. O Reino dos Gatos é dirigido por Hiroyuki Morita, este é um típico filme que o Studio Ghibli lança logo após um mais denso. Ele é um dos mais modestos do estúdio. A história segue Haru, uma estudante, que após salvar o príncipe do Reino dos Gatos, é levada para de casar com ele, mesmo contra sua vontade. Isso acarreta em muita confusão, ao estilo Sessão da Tarde.

A trama é muito simples, assim como a comédia dela é, o que torna tudo mais orgânico. A arte também é mais simples em comparação a outros filmes da Ghibli, porém ainda é de imensa qualidade.

Vidas ao Vento (2013)
Chegamos ao gênio entre os gênios da Ghibli, Hayao Miyazaki! Vidas ao Vento é, até o momento, o último filme de Miyazaki lançado. Ele trata da história do engenheiro de aviões real Jiro Horikoshi, que projetou o Mitsubishi A6M Zero, um dos caças mais famosos da Segunda Guerra Mundial.

Comparado a outros, Vidas ao Vento é um filme muito fraco, já que o roteiro não aborda a guerra e nem os absurdos que o exército japonês causou durante suas campanhas. E é o primeiro filme deste diretor que tem, do início ao fim, um ar melancólico. Como se o personagem, apesar de convicto em seus projetos, criasse um questionamento no público: será que isso tudo vale a pena mesmo? Desperdiçar tanto talento, em algo tão passageiro? Fica a reflexão.

Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar (2008)
Mais um filme de Miyazaki, e um dos mais adoráveis. Assim como Reino dos Gatos, Ponyo é um filme mais voltado ao público infantil, onde segue a história de uma peixinha que se apaixona por um menino humano, e assim tornam-se grandes amigos.
Ponyo oscila entre o simples e o profundo. A simplicidade vem realmente da trama, ou seja, da jornada dos personagens. E a profundidade vem de detalhes que aparecem dentro do roteiro, como a presença essencial de mães no filme. Além de ter um Q ambientalista bem forte, que é uma grande bandeira de Miyazaki.

O Castelo Animado (2004)
Depois de A Viagem de Chihiro, qualquer filme de Miyazaki seria diretamente comparado, e foi o caso de O Castelo Animado. O roteiro é baseado no livro homônimo de Diana Wynne Jones, onde Sophie foi amaldiçoada pela Bruxa da Terra Abandonada para parecer uma velha. A menina viaja em busca de quebrar a maldição e acaba conhecendo o temível mago Howl, porém os dois acabam se apaixonando.

As opiniões sobre este filme são bem polarizadas, muita gente ama e muita gente odeia, mesmo sem motivo. A verdade é que a trama de O Castelo Animado é totalmente encantadora, o que combinou perfeitamente com o estilo da arte de Myazaki.

O Castelo no Céu (1986)
Tenkū no Shiro Rapyuta foi o primeiro filme oficial do Studio Ghibli, e podemos ver que a Ghibli iniciou sua carreira a todo vapor. Tanto o roteiro quanto a direção são de Miyazaki contam a história de duas crianças que precisam proteger uma joia mágica de militares e bandidos enquanto buscam o Castelo Voador.

O filme é divertido por ainda possuir o traço típico dos animes dos anos 1980, e também o estilo estético steampunk. Além de ter sido inspirado e inspirar vários elementos da cultura pop japonesa.

O Serviço de Entregas da Kiki (1989)
Entrando na reta final, ainda temos Miyazaki com a bruxa Kiki. Quando uma bruxa faz treze anos, ela parte em jornada para ampliar deus conhecimentos. O Serviço de Entregas da Kiki foi o primeiro filme da Ghibli em parceria com a Disney. A Disney fez a dublagem em inglês do filme, em 1997, e ele foi lançado oficialmente nos Estados Unidos em maio de 1998, no Festival Internacional de Filmes de Seattle.

Assim como Sussurros do Coração, Kiki fala da independência e amadurecimento que vem com a adolescência. Os conflitos dentro do filme são ligados a questão de identidade, onde os jovens vivem no limiar do infantil e o juvenil, sempre buscando sua verdadeira identidade.

O Conto da Princesa Kaguya (2013)
Baseado no mito folclórico do Conto do Cortador de Bambu, história do século X. O roteiro fala de Sanuki, um cortador de bambu que achou um ser mágico dentro de um ramo de bambu, este ser por sua vez transformou-se num bebê. Sanuki e sua esposa criam a bebê como se fosse sua filha, e a chamam de Princesa. Esse bebê acaba atraindo muitas riquezas para o humilde casal, e logo eles se mudam para Kyoto e criam uma vida de pompa para sua princesa, que se torna a mulher mais linda de todo Japão.

Dirigido e escrito por Takahata, a arte do filme é parecida com Meus Vizinhos, os Yamada, porém ela é muito mais no estilo tradicionalismo japonês. Em termos estéticos, e de trilha sonora, O Conto da Princesa Kaguya é o filme mais lindo do Studio Ghibli.

Princesa Mononoke (1997)
Princesa Mononoke é o filme mais violento, épico, e junto com Chihiro, é o filme mais grandioso de Miyazaki. Ele fala do príncipe Ashitaka, que após de ser amaldiçoado por um demônio, parte sozinho em busca da cura pelo Japão feudal. Ele encontra vários pontos de guerra, mas sempre mantendo-se alheio a tudo. Até que ele chega a floresta do Grande Espírito, o Shishigami, e lá conhece a princesa lobo, San.

É difícil de explicar Mononoke Hime em poucas palavras, pois este filme apresenta todos os elementos do cinema de Miyazaki. Por um lado há o choque entre a natureza e o industrialismo crescente do século XIV, personificado na Senhorita Eboshi e sua luta contra os espíritos da Floresta. Além de apresentar o período mais conturbado do Japão na Era Muromachi, onde várias guerras civis aconteciam na busca pelo poder político. Em outro aspecto, o filme tem uma homenagem do autor ao Japão tribal original, muito bem representado em Ashitaka. Princesa Mononoke diferente de outros filmes, não é “feliz” ou encantador, na verdade ele cria uma profunda reflexão ao público sobre a nossa relação com os animais e natureza.

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