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Jorge Grimberg fala sobre saúde mental e o mercado de moda nacional atual

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Foto: Reprodução Instagram

Criador do “3 minutos de moda”, Jorge Grimberg também fala sobre autoconhecimento.

  Uma das mais influentes vozes no cenário de moda atual é certamente Jorge Grimberg. Jornalista, autor, consultor, influenciador e idealizador do quadro “3 minutos de moda”, Jorge usa seu conhecimento como portal para abrir a mente e iluminar o caminho de muitos.

Formado em Administração pela Faap, tem quinze anos de experiência nas indústrias de jornalismo, moda e trend forecasting, além de fazer consultoria estratégica para empresas do setor criativo. Jorge foi também correspondente no Brasil dos veículos internacionais Business of Fashion, Coolhunting e CNN Style. Foi colunista de moda no jornal O Estado de São Paulo e mentor do curso de Design de Moda na Belas Artes.

Você é o autor do livro ‘Vida Criativa’, que traz inspirações para aqueles que desejam empreender. Qual foi o momento crucial e o que despertou em você o desejo de escrever o livro e ajudar a tantas pessoas?
Jorge Grimberg – Escrevi o livro entre 2016/2017, foi publicado em novembro de 2017 e partiu da realização de que hoje em dia, com o universo digital sendo tão forte e presente na vida de todos, existem novas maneiras de criar negócios criativos. Nesse período, trabalhei como mentor do curso Design de moda da faculdade Belas Artes e tive uma troca muito rica com os alunos que transformou toda a minha carreira, a maneira como eu penso e como desenvolvo conteúdo. O livro veio como uma resposta aos anseios dos alunos, o que eu sentia que eles precisavam e que o curso não estava entregando a eles.

O livro tem uma linguagem muito simples e com muitos exemplos tirados do Instagram, então quando apresento os personagens dos livros, eles vêm também o nome de usuário dele. São vinte entrevistas com pessoas vivas e atuantes dentro de áreas criativas, com a premissa atuante de que ao quebrar as regras, você consegue criar algo novo. Na própria capa do livro, eu escrevi ‘Quebre as regras’, dizendo que as pessoas somente vão conseguir trabalhar com inovação, na hora em que entenderem o mercado e fazerem algo diferente.
Usei as entrevistas que já havia feito viajando o mundo como jornalista. Tive a oportunidade de entrevistar pessoas fantásticas e perceber esse fator em comum entre diferentes profissionais, que é a quebra de regras. Vou provando isso o livro inteiro em um formato de manual, para que no final do livro a pessoa saia com um projeto profissional desenhado. Isso se tornou, agora, em 2020, meu curso ‘Encontre sua voz’ , que parte do mesmo preceito do livro.

 Apoiar marcas brasileiras nesse momento crítico que estamos passando, é muito importante para a moda nacional. A influencer e stylist Angelica Bucci por exemplo, recentemente lançou o movimento #MarcasBrasileirasnaQuarentena para incentivar a divulgação de empresas de pequeno e médio porte. Na sua visão, quais outras formas de promover marcas, que você considera relevante?
Jorge Grimberg – Sempre falo em meu conteúdo sobre a criação de comunidade, mais do que nunca, esse conceito de hiper colaboração está muito mais forte durante esse período de crise.

Acho que não existe uma forma correta de promover marcas! Sinto que as pessoas que falam sobre elas em suas redes sociais, devem entender quais são as marcas e por que elas querem falar delas. Ter mais conteúdo, faze-los de uma forma apropriada para o momento, estimular o consumo de uma maneira que tenha conceito e conexão com as pessoas. Até para ajudar marcas pequenas, você precisa entender o que elas estão dizendo, qual processo criativo delas, como empregam as pessoas.

Quando eu trago marcas para minha pagina pessoal, presto muito atenção em todos esses detalhes de entender a história por trás da marca para que eu consiga trazer pro meu leitor, algo que eu realmente acredite e que apoio.

É muito importante a gente trazer verdade nessa comunicação e não fazer por que é uma tendência. Essas marcas realmente precisam de ajuda e quem comunica pode ajuda-las.

No mercado de moda nacional atual, quais pontos podem ser reformulados para que tenhamos mais inclusão de forma geral?
Jorge Grimberg – Tenho estudado muito sobre inclusão na indústria de moda e a única maneira de realizar é ter estruturas mais inclusivas, ter times internos das marcas inclusivos, é você ter na mesa de decisão pessoas que representam diferentes etnias, sexualidades e origens de espaço pois dessa forma as marcas vão conseguir sair com um conceito mais real de inclusão.

Enquanto tivermos estruturas predominantemente brancas tomando decisões de inclusão que vão ser apenas imagem, ainda estaremos com um problema que não vai ser resolvido.

Na sua opinião, quais são as tendências comportamentais que podem surgir após esse período de isolamento social?
Jorge Grimberg – Quando a pandemia começou, estávamos falando muito sobre o comportamento futuro e agora, temos falado muito sobre o presente, isso se estendeu tanto que fazer qualquer previsão agora pode ser irresponsável.

Sinto que vamos ter uma valorização maior dos encontros sociais, das nossas cidades e de tudo que estão tirando da gente nesse momento. O caminho da tecnologia é muito forte, pois estamos aprendendo a usar a tecnologia de uma maneira muito diferente, então, muitas atividades vão continuar sendo feitas de casa, provavelmente muitas empresas vão aderir ao home office pois é mais barato, mais prático e mais rápido para vários setores.

No comportamento, acredito no localismo, a força do local se estendendo por que a gente vai precisar sobreviver e a única maneira de fazer isso é apoiar os negócios locais, criar novos negócios e refazer a economia.

Estamos passando por um momento extremamente delicado e sua iniciativa de fazer Lives com profissionais da aérea é uma ótima forma de criar conteúdo construtivo. Além disso, você também oferece um curso de autoconhecimento, o “Encontre sua voz” para aqueles que desejam iniciar no mercado, pode nos contar mais sobre esse curso?
Jorge Grimberg – Como comentei antes, baseei o curso nos ensinamentos do meu livro, adaptando com a experiencia que tive nos últimos anos. Foi somente quando lancei o “3 minutos de moda” que fechei um ciclo de entender realmente como me comunicar de uma mais forma eficaz.

Ele surgiu na ideia de ajudar as pessoas a encontrarem a sua voz! A mostrar seus trabalhos usando as redes sociais criando uma identidade muito forte, pois hoje em dia com uma conta do Instagram, qualquer pessoa consegue de casa, começar um negocio do zero. Isso é muito rico muitas vezes as pessoas não tem consciência.

O curso traz essa consciência átona, trabalhando o autoconhecimento para que a pessoa entenda quem ela é e o que ela vai falar. Ele faz com que ela não repita formulas já existentes na internet e consiga encontrar uma voz autentica, uma maneira original de contar sua historia e vender o seu produto.

O curso também fala sobre estratégias de textos, fotos e vídeo com um modulo inteiro sobre o uso do Instagram. Ele também fala sobre como montar um plano de negócios, como montar uma rede de relacionamentos para alimentar o seu negócio e como captar clientes. Ao final, apresento uma pesquisa de comportamentos para 2022.

Bom, para finalizar, aqueles que sofrem com ansiedade e depressão podem sentir os sintomas de forma mais acentuada durante todo esse processo. Em um vídeo recente da sua série “3 minutos de moda”, você alerta sobre o uso das redes sociais e o consumo toxico de informações que podemos adquirir com isso. Uma de suas recomendações é de que as pessoas comecem a usar seu tempo livre de forma mais saudável, por exemplo, com a leitura. Qual seu top 3 de livros?

Jorge Grimberg – Tenho abordado saúde mental pois sinto que é um assunto primordial hoje, é algo que não era muito discutido. Tenho visto cada vez mais as pessoas sofrendo diversas crises, então tento falar como um alerta, e claro, buscando estudar o máximo pois não sou psiquiatra. Acredito que quem sente isso, deve procurar ajuda medica.

Alguns livros que me ajudaram muito são: “Minimalismo digital”, do Cal Newport, “Working out loud”, de John C. Stepper, que fala muito sobre como criar comunidades de trabalho e por último, “Mostre seu trabalho”, do Austin Kleon, que é um livro fantástico, que ensina como usar as redes sociais de uma maneira inteligente e ter a sua independência profissional.

Ela Andrade
Ela Andrade
Fashion designer, atua no mercado da moda desde os 15 anos, quando começou na carreira de modelo. Aos 18 anos, se mudou para Ásia e foi lá onde sua paixão e conexão com arte cresceu.

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