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Gal Oppido lança livro inspirado na arte erótica japonesa

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A partir de um pequeno livro que lhe foi ofertado, um dicionário japonês-português-japonês, o fotógrafo Gal Oppido desenvolveu uma obra inédita e relacionada a um projeto que toca há anos, o Shunga, Serenos e Ofegantes, sobre imagens das xilogravuras eróticas do Japão impressas entre os séculos XVII e XIX. Aliás, a experiência resultou na publicação “Pequeno Dicionário Erótico Ilustrado Japonês Português Japonês”, livro produzido pelo artista entre março e junho deste ano, com lançamento pela Galeria Lume.

 O artista fez do pequeno livro a origem de diversos motivos para desenhos, onde elegeu palavras-estopim associadas ao Shunga e, a partir disto, desenvolveu ilustrações nas folhas. Seu desenho começa na palavra inicial e vai se complementando com palavras do entorno, a exemplo da ilustração que fez com o conjunto de Seio, Sedução, Sedutor, Sedento, Secreto, no qual deu vida a uma mulher nipônica, nua, que fita o leitor com olhar lascivo.

A convite de Gal Oppido, a poetisa sansei Celina Ishikawa criou pequenos versos, semelhantes aos haikais, associados às temáticas das ilustrações. “À distância, na penumbra pandêmica, construirmos um objeto-tributo ao casal Sachiko Koshikoku e Michio Osawa, re-ofertando um dicionário agora descendente dos Osawa-Koshikoku, que será compartilhado com nossos contemporâneos como um singelo rito de imanência”, pontua Oppido.

“Dicionários entre-línguas são manuais de convivências latentes, quase sempre ritos de entendimentos entre humanos deslocados de seus lugares, um instrumento vital para o imigrante diametralmente distante. O dicionário pulsava, certamente, perto de mim como um amuleto de conexão com a cultura japonesa. Mergulhado há anos nas xilogravuras eróticas japonesas, vi naquele volume a alegoria de uma pororoca cultural entre o Japão oceânico e o Brasil pluvial”, reflete o artista no texto de abertura do livro.

O dicionário pertenceu à artista plástica Sachiko Koshikoku, pintora abstrata com obras em instituições como MASP e MAM São Paulo, e a seu marido Michio Osawa, fotógrafo que documentou a família imperial japonesa em visita ao Brasil. Com o falecimento do casal nipônico, o pequeno livro foi oferecido ao artista como forma de redestinar os pertences-lápides.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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