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Do diretor Marco Kreuzpaintner, O Caso Collini mostra os vários lados da Justiça

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Casper Leinen (Elyas M’Barek) é um jovem e inexperiente advogado que vê em um caso sua chance de sucesso. Ele defende Fabrizio Collini (Franco Nero), um cidadão italiano de 70 anos, acusado de matar Hans Meyer (Manfred Zapatka), um grande empresário alemão. Enquanto o advogado Casper se afunda nas minúcias do caso, também é confrontado pelo seu próprio passado, se afundando cada vez mais em dos casos judiciais mais escandalosos da história da Alemanha.

Baseado no livro homônimo do advogado Ferdinand Von Schirach, O Caso Collini ganha sua versão cinematográfica, sendo dirigido pelas mãos do diretor alemão Marco Kreuzpaintner. A direção é muito consciente e bem sucedida dentro do gênero que se propõe. Sim, o filme é uma mescla de casos judiciais, com um mistério a ser descoberto por Casper e pelo público. Conforme a trama vai se desenrolando, vamos tentando entender os reais motivos que fizeram Fabrizio matar Hans e isso se torna a principal espinha narrativa do longa.

Para um público mais usual, pode haver a impressão de que o filme é demasiado longo, uma certa falácia a julgar pela duração de 123 minutos. A grande questão aqui é mais relacionada com o tema e o gênero que o filme se propõe a explorar.

Como sendo um filme de tribunal, a trama inteira se desenvolve como uma espécie de julgamento, algo que pode afastar algumas pessoas não interessadas em pormenores legais ou chavões do universo jurídico. Um suposto excesso da linguagem técnica jurídica, presente no roteiro, é rapidamente bem contornado com o papel do júri que, de certo modo, explica ao público as exposições necessárias para o entendimento da trama.

A narrativa também é quebrada em alguns momentos, com a utilização de flashbacks que constroem as motivações e ambições do protagonista Casper, algo que também vem a favor do roteiro do filme ao acrescentar mais camadas e nuances ao personagem principal. Conforme vemos esses momentos passados, passamos a melhor julgar as intenções de Casper e a forma que ele enxerga todo o caso.

A fotografia é sugestivamente bem ajambrada, com enquadramentos que realçam os espaços vazios das ambientações, algo que contribui para a sensação de confusão e falta de referencial que Casper demonstra ao se deparar com um caso muito maior do que aparentemente suas capacidades poderiam resolver.

As atuações são extremamente acertadas, principalmente dentro da dupla Elyas M’Barek e Franco Nero que funcionam muito bem como opostos: um contraponto um do outro. Elyas é quase um galã, com um passado sombrio e Franco interpreta um personagem muito mais contido e enigmático, o que contribui para a trama no ponto em que nunca colocamos muita credibilidade em sua total inocência.

O Caso Collini é um bom uso do gênero investigativo, tendo uma trama com uma premissa não tão original, mas que em seu decorrer começa a se desenvolver de uma forma inventiva e bem organizada. Amantes de filmes de tribunal vão amar, aliás, amantes de uma história bem contada também. O público impaciente, talvez não.

 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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