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Gladiador apresenta as principais marcas de Ridley Scott

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Na última segunda-feira (30), o emblemático diretor americano Ridley Scott completou seus 82 anos. Talvez um dos maiores realizadores do cinema, na segunda metade do século XX, Ridley mesmo com uma formação de design gráfico, revolucionou a sétima arte, principalmente nos gêneros de ficção científica e fantasia épica. É comemorando o aniversário do diretor, que indicamos, certamente, a obra disponível na Netflix.

O general romano Maximus Decimus Meridius (Russell Crowe) é um devoto romano que recebe a incumbência de suceder o imperador Marcus Aurelius (Richard Harris), após a sua morte. Embebido de inveja, Commodus (Joaquim Phoenix), filho de Marcus, toma o poder e se livra de Maximus. O ex-general é obrigado a viver seus próximos dias como um gladiador, precisando lutar todos os dias pela sobrevivência.

        Ridley Scott é um dos diretores mais versáteis do cinema americano e o sucesso de Gladiador prova isso. Mesmo sendo reconhecido e notado pelas inovações no cinema de ficção científica – em filmes como Alien: o Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner: o Caçador de Androides (1984) –, ele se reinventa, no início dos anos 2000 e escolhe surpreender a crítica com um filme épico. O drama histórico não era totalmente novo, uma vez que já havia feito Os Duelistas (1977) e 1492: a Conquista do Paraíso (1992); mas certamente não era algo usual na carreira de Scott.

Gladiador, no entanto, apresenta as principais marcas de Ridley, mesmo que não tão óbvias ou aparentes. O domínio do design de produção, por exemplo, é algo invejável na carreira do realizador. Talvez por conta do seu histórico com as artes gráficas, Ridley sempre se acostumou a fazer sozinho os storyboards de seus filmes. Ele compreende a estética do filme, muito antes de filmar, o que lhe dá controle estético da composição de mise-en-scène de toda a obra. Aliás, é muito difícil você se desligar de filmes do Ridley Scott, por conta de alguma incongruência do cenário, figurino ou maquiagem.

     Outro enorme ganho são as atuações que elevam, em potências inimagináveis, os arcos dos personagens. Uma trama que inclusive inverte o que antes havia sido feito por Kubrick em Spartacus (1960). Russell Crowe encabeça a jornada de um general de altíssima patente, completar a decadência máxima de um escravo com apenas uma busca: vingar sua mulher e filho, O embasamento da motivação de Maximus torna ele um personagem complexo, para além da justificativa mais simplista de uma história de vingança. Joaquin Phoenix é construído em cima do egoísmo, inveja e ganância. A interpretação do ator consegue acrescentar uma camada de fragilidade que aparentemente justifica suas ações nefastas e seu medo de perder o poder. São atores excepcionais que recitam diálogos memoráveis e emblemáticos.

O filme acaba reunindo as melhores características que um bom épico precisa com batalhas memoráveis e uma reconstrução histórica impecável e um ritmo constante, ainda que quase com 180 minutos.

  Ridley Scott fez por merecer a vitória, no Oscar de 2001, nas categorias Melhor Filme, Melhor Ator (para Russell Crowe), Melhor Figurino, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Som. Como um grande maestro – ou técnico de futebol – Ridley conseguiu extrair o melhor de cada um dos envolvidos no filme, além de reunir tudo isso em uma obra coesa. Uma orquestra!

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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