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Daiane Baumgartner cria versão empoderada do conto “O menino que saiu de casa para saber o que era o medo”

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Conto dos Irmãos Grimm ganha versão empoderada.

Conhecida por seu trabalho com o horror gótico, a atriz, bonequeira, marionetista e puppeteer Daiane Baumgartner criou uma versão empoderada do conto “O menino que saiu de casa para saber o que era o medo”, dos Irmãos Grimm, agora chamado de “A menina que saiu de casa para saber o que era o medo”. A temporada online acontece nos dias 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de abril, às 17h, no YouTube.

O espetáculo infantil conta a história de uma adolescente de 16 anos que, por não ter medo de nada, passa a ser vista como bruxa, acreditando que é uma pessoa má. A jovem resolve, então, aventurar-se pelo mundo para mostrar que tem medo sim e não pratica maldade. Em suas andanças, depara-se com lugares como florestas sombrias, cemitérios abandonados e castelos mal-assombrados.

Aliás, para potencializar a narrativa e ainda estimular a imaginação do público, Daiane Baumgartner decidiu investigar diversas linguagens, como Teatro de Sombras feito com retroprojetor, Cinema Mudo e quadrinhos. Surpreendentemente, a união desses elementos cria uma atmosfera soturna, que explora a dualidade entre o claro e o escuro.

E, ao longo da trama, imagens em movimento complementam a ação, bem como balões de fala cheios de onomatopeias. Sem contar a trilha sonora criada por Jomo Faustino exclusivamente para o espetáculo.

“Sempre fui apaixonada pelo horror gótico e aquele clima de Era Vitoriana, com muita névoa, mistério e melancolia. Nesse trabalho, mesclo fúnebre e poético, mas de uma maneira mais voltada às crianças. A ideia é estimular reflexões sobre temas considerados tabu, como a morte e o medo do desconhecido, mas de maneira leve. Trata-se de uma busca pelo belo, mesmo naquilo que mais nos aterriza”, conta a artista.

Para Daiane, é fundamental que as crianças entrem em contato com as realidades mais complexas da vida, como doença, ódio e morte. Assim, a protagonista se relaciona com fantasmas ao mesmo tempo em que embarca em uma jornada de autoconhecimento. Ao final, ela precisa tomar uma importante decisão sobre seu futuro.

Para recriar essa história, Daiane enfrentou um grande desafio. “O conto é bem machista. Em uma das versões que me inspirou, a única mulher presente na narrativa é uma princesa que fica trancada em um castelo porque seu pai fantasma não quer que ela se case ou abandone o lar. Já o ‘menino que não tinha medo de nada’ descobre que, na verdade, tem algo que o assusta: compromisso amoroso. E a mulher passa de um dono (o pai) para outro (o garoto que a ganha como prêmio)”, comenta.

Por isso, em “A menina que saiu de casa para saber o que era o medo”, a mulher é retratada com mais independência, não mais vista como um objeto. “Precisei adaptar essa história de maneira que ela fosse condizente com aquele período histórico, entre os séculos 18 e 19. Eu não quis atualizá-la para os dias de hoje. O que poderia amedrontar uma mulher naquele momento?”, reflete a atriz.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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