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“Neblina”, da premiada diretora Yara de Novaes, estreia no CCBB-Rio

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Neblina
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O espetáculo “Neblina” teve estreia nacional em janeiro de 2020, no CCBB Belo Horizonte. Depois de uma pausa de 18 meses, por conta do fechamento dos teatros em todo país, o espetáculo retorna em cartaz, desta vez no CCBB Rio de Janeiro, onde estreia na noite de 12 de agosto de 2021.

A peça foi idealizada pelo ator Leonardo Fernandes junto a produtora Tatyana Rubim, com texto inédito de Sérgio Roveri. Leonardo divide o palco com a atriz Fafá Rennó para contarem o drama de Diego e Sofia, alteregos de Rafael e Júlia, em uma noite fria e com muita neblina.

Em “Neblina”, questões existenciais relacionadas a como lidar com a perda, o luto, o sofrimento e formas de alcançar a superação estão inseridas na história.  A intenção de montar o espetáculo aconteceu em 2018, quando Leonardo Fernandes convidou Sérgio Roveri para escrever o texto da peça, tendo como ponto de partida apenas uma imagem que tinha em mente.

“O Sérgio já tinha me assistido e eu a ele. Somos amigos e tínhamos uma vontade de trabalhar juntos. Mostrei a cena na sala da casa dele. Ele viu e disse que já sabia o que fazer. E, depois de poucas semanas, ele já me mandou a primeira cena”. Aliás, Roveri conta que escreveu toda a peça em três semanas.

 “Quando Leonardo me pediu o texto, eu fiquei livre para pensar em qualquer coisa, mas tentando obedecer essa única imagem que o Leo me passou, que é de um acidente de carro. Quando eu comecei a história eu não sabia para onde ela iria, eu tinha essa primeira imagem de uma mulher (Sofia) batendo na casa de um cara, de madrugada. E ele (Diego) com medo de abrir a porta, por morar em uma casa afastada, e por já ser quase meia noite e ter muita neblina”, contou Sergio.

Com o texto em mãos, Leonardo e Tatyana, que já haviam trabalhado juntos em “Horácio”, partiram para levantar recursos e montar a equipe para levar o espetáculo ao palco. “Eu sempre tive vontade de voltar a trabalhar com a Taty, somos amigos de muitos anos. Nunca tinha trabalhado com a Yara, sou completamente fã e admirador do trabalho dela e queria muito que ela me dirigisse”, revela o ator.

Sobre o roteiro, Yara de Novaes explica que os textos de Sérgio Roveri são com muitas camadas, “É um texto que parece simples à primeira vista e quando você se debruça, percebe que é um texto muito fundo,  que quer dizer muito mais do que as palavras dizem. São textos que vêm com uma vida anterior, as palavras são só o resultado dessa vida que ele consegue gerar ali, em lugares muito profundos. Ele sempre tem um mistério pra nos oferecer, não esse mistério da trama, mas um mistério humano para nos oferecer.”

Além disso, ela conta que na montagem, o grande desafio é conseguir, através do texto, saltar para um lugar que seja mais transcendente, “É um texto que pede o transcendente. A morte é algo muito certo, assim como a perda. No entanto, a gente evita isso o tempo inteiro. Nós ocidentais compreendemos a morte como o fim e não como uma transformação ou um correr natural da vida. E essa é a grande dor, a gente tem a tendência a querer manter tudo como está, é muito difícil aceitar que as coisas se transformam.”

Para o autor, a palavra chave do espetáculo é a verdade, “Cada elemento ou cada agente da peça, elenco, direção, cenário, trilha, eles têm que compor um jogo verdadeiro. O grande desafio da peça nesse sentido é o seguinte: se tiver um rabinho de mentira aparecendo, a estrutura desse casal desmonta. É a crença daquilo que eles estão vivendo naquela noite específica, que faz o fechamento da trama ser tão impactante e surpreendente”.

Para Roveri, o espetáculo traz aquilo que a gente está disposto a fazer em busca da superação. “É uma peça que mostra que o ser humano não conhece limites ou ele é desafiado a extrapolar os seus limites em nome da superação, em busca de um novo dia, de uma nova manhã, de uma reinvenção da vida. E apesar de não estar certo do que você está fazendo, você faz. Os personagens são movidos por essa intenção boa no sentido de manter a vida, a sanidade, o relacionamento. A peça é uma demonstração de força de seres humanos que não desistem.”

A respeito dos elementos que compõem a cena, Yara de Novaes explica que “quando conversamos sobre esse espaço, que tem uma função dramatúrgica, a gente entendeu que ele precisaria ser espiritual, um espaço que pudesse promover essas metáforas, que o próprio texto sugere ou evoca. É um espaço a princípio vazio, com um pêndulo, que é uma pedra”.

As apresentações de “Neblina” acontecerão de quinta à sábado, às 19h, domingo, às 18h, no Teatro II,  de 12 de Agosto até 12 de setembro, com ingressos adquiridos antecipadamente pelo site.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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