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“A Casa é Sua” chega ao Paço Imperial

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Mostra apresenta obras dos artistas internacionais.

Paço Imperial recebe a exposição “A Casa é Sua” com obras de 19 artistas brasileiros e internacionais que abordam o tema da migração entendida como forma de movimento, deslocamento, fluxo, ocupação ou transferência voluntária ou forçada de pessoas, espécies e outros corpos e materiais animados ou inanimados, revelando tensões aparentes ou interpretativas de hospitalidade, que podem ser interpretadas de modo formal, conceitual ou discursivo.

   “A casa é sua: migração e hos(ti)pitalidade fora do lugar” é o componente da exposição de uma troca multicultural Sul-Sul que vem ocorrendo desde 2017, principalmente entre Líbano e Brasil.

O projeto volta seu olhar para a hospitalidade e as tensões nas relações hóspede-anfitrião do ponto de vista dos modos históricos e contemporâneos de migração específicos para esses dois contextos globais do Sul e que repercutem com práticas xenófobas globais mais amplas em relação ao “outro” que não é apenas o refugiado ou migrante.  Aliás, a metodologia da exposição sempre pretendeu ser sensível ao contexto. Porém, desde 2017, foi imbuída e atravessada por diversas tragédias, por agitações políticas, que causaram seu primeiro adiamento, e, depois, por uma pandemia, que resultou em uma segunda prorrogação.

“A casa é sua: migração e hos(ti)pitalidade” fora do lugar traz à tona temas que desafiam ideias ocidentais equivocadas sobre hospitalidade e as relações hóspede-anfitrião quando aplicadas a contextos como os do Brasil, do Líbano, da Palestina ou do Caribe, por exemplo.

Durante esse tempo, o projeto conseguiu formular dois gestos radicais de hospitalidade: O primeiro foi uma residência de ajuda emergencial, A casa é sua: práticas radicais de cuidado e hospitalidade, na esteira da explosão do porto de Beirute, em outubro de 2020, em colaboração com a Kaaysá art residency, em Boiçucanga (São Paulo), que recebeu sete artistas impactados pela explosão e necessitados de um refúgio seguro para se recuperarem tanto fisicamente como psicologicamente. Essas cinco semanas de convivência geraram diálogos críticos sobre a prática da hospitalidade radical em tempos de crise extrema, suas problemáticas e limites, dos quais participaram muitos dos artistas brasileiros envolvidos na exposição e outros colaboradores, com visitas pontuais e apoio, como Patrick Pessoa (filósofo e escritor), Tania Rivera (curadora e psicanalista), Denise Portinari (psicanalista), Hena Lee (curadora), Gui Mohallem (artista), Marcos Chaves (artista), Isabella Rjeille (curadora), Bianca Bernardo (curadora), Gabriel Bogossian (escritor e curador), entre outros.

O segundo aconteceu em junho de 2021, quando a pandemia assolava o Brasil e o número de moradores de rua aumentou dramaticamente no Rio de Janeiro. O acesso a água foi e continua sendo uma emergência. Como parte do projeto “A casa é sua: migração e hos(ti)pitalidade fora do lugar”, atender a necessidade urgente de acesso a água, era necessário, asism foi feito um convite ao coletivo de arte OPAVIVARÁ!. Bem Comum, uma fonte pública móvel, que agora encontra seu lar no pátio do Paço Imperial, foi ativada como intervenção durante vários fins de semana, percorrendo as ruas do Centro do Rio de Janeiro e distribuindo água aos moradores de rua, ao longo do caminho de fontes inativadas, como o Chafariz do Mestre Valentim.

As formas como esse projeto vêm possibilitando a permeabilidade e a transformação para responder às atuais questões políticas, necessidades sociais e temas prementes relacionados à hospitalidade é, certamente, um experimento de natureza curatorial que posiciona a exposição em si como anfitriã e como hóspede em relação ao contexto em que está ocorrendo.

A mostra, que apresenta obras dos artistas internacionais, convida o público a transformar o espaço da exposição em lar temporário, onde afeto e relações possibilitam o surgimento de imaginários e gestos radicais. Onde desejos por quilombos e pela convivência com o “outro” se manifestam.

SERVIÇO:
Local: Paço Imperial – Praça Quinze de Novembro, 48 – Centro
Visitação: 30 de março a 26 de junho de 2022

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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