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“Pixinguinha como Nunca” faz curta temporada no CCBB

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"Pixinguinha como Nunca"O Centro Cultural Banco do Brasil apresenta “Pixinguinha como Nunca”, a partir de março uma seleção de 26 obras inéditas de ninguém menos que o genial Pixinguinha, um dos músicos mais completos que o Brasil já produziu.

O espetáculo “Pixinguinha como Nunca” ocupa o CCBB Rio de Janeiro nos dias 23 e 30 de março e 6 de abril, com direção do ator e cantor Marcelo Vianna, neto de Pixinguinha, direção musical e arranjos do músico, produtor e pesquisador Henrique Cazes.

A seleção das obras inéditas que estão no programa do espetáculo segue a panorâmica de gêneros que Pixinguinha abordou. Choro, Samba, Polca, Tango, o choro mais dolente, todo um arco com as composições dos anos 1910 até 1970.

“Pixinguinha como Nunca” conta com Henrique Cazes, com seu cavaquinho, estará à frente do Sexteto do Nunca, conjunto instrumental completado por Marcelo Caldi (sanfona), Carlos Malta (flauta e sax), Silvério Pontes (trompete e flugelhorn) Marcos Suzano (percussão) e João Camarero (violão de 7 cordas). Em participação especial, Marcelo Vianna. Aliás, antes do segundo espetáculo, no dia 30 de março, haverá um bate-papo com os músicos sobre o modo composicional de Pixinguinha e como os arranjos foram pensados para quais instrumentos.

“Os arranjos, certamente, dão ênfase à perene modernidade do gênio do choro”, explica Cazes, que procurou contemplar a grande riqueza rítmica da obra de Pixinguinha na escolha do repertório.  “Há uma valsa inspiradíssima no repertório, Paraibana, escrita por Pixinguinha pouco antes de morrer, em 1973. E as peças inéditas escritas em 1920 para a revista teatral Flor tapuya (com letras de Danton Vampré e Alberto Deodato) mostram um insuspeito Pixinguinha com sotaque nordestino”, detalha Cazes.

A descoberta das inéditas é o resultado de uma cuidadosa pesquisa no acervo do compositor, encampada no ano 2000 pelo Instituto Moreira Salles. O resultado trouxe à luz mais de 50 músicas jamais gravadas, algumas, apenas tocadas em transmissões radiofônicas. Pode parecer estranho que a obra de um nome tão impressionante da música brasileira, que alcançou tamanho respeito, tenha, surpreendentemente, ainda trechos de sombra.

Henrique Cazes, que mergulhou na música de Pixinguinha há mais de 30 anos, fundou a Orquestra Pixinguinha, que saiu em disco em 1988, registrando as fantásticas orquestrações. “Pixinguinha é uma figura mitificada, às vezes adorada, mas sua produção musical em si é pouco estudada, além disso, há circunstâncias históricas a considerar. Uma delas, a invasão das big bands americanas no rádio dos anos 30, e a reação a isso foi transportar tudo o que havia antes para a gaveta do ‘passadismo’. O choro fica velho de um dia para o outro. E de certo modo, submerge para o grande público por longas décadas”, diz.

Cazes vê ainda outra questão nessa ausência – cultural. “E, claro, há uma dificuldade de base, a de enxergar um homem negro como criador estruturante, e não como artista espontâneo. Portanto, o estudo de sua produção por muito tempo não se aprofundou na direção da sua finíssima técnica”. Na escolha dos músicos que compõem o sexteto, Cazes e Vianna miraram um pouco fora do círculo habitual do choro – “quis montar um som menos convencional, com presenças de Malta e Suzano, por exemplo”.

Marcelo Vianna e Henrique Cazes fizeram uma robusta série de aulas-espetáculos entre 2015 e 2017 em torno da obra de Pixinguinha – “Pixinguinha: as 5 estações”. O projeto da reunião das inéditas começou em 2018. A seleção das obras inéditas que estão no programa do espetáculo segue a panorâmica de gêneros que Pixinguinha abordou.

“Na verdade, falar em 50 inéditas nos parece, diria, uma subnotificação”, avisa Cazes. “Pixinguinha entregava partituras sem cópia para músicos amigos, por exemplo, assim como orquestrações ficaram dispersas; o baú ainda reserva surpresas”.

Marcelo Vianna ressalta que essa é “uma nova chance de conhecer um dos maiores da música”. “Lido com esse acervo desde que me profissionalizei na música e no teatro, e tenho a percepção do herdeiro, mas também do brasileiro, com um orgulho infinito”.

Encantamento é palavra repetida pelos dois parceiros no projeto. “Em meio a tantas perdas, a música de Pixinguinha traz luz e energia”, garante Cazes, que tocou cada uma das partituras descobertas “com um prazer indescritível”. Aliás, Marcelo lembra a proximidade do cinquentenário de morte de seu avô, em 2023,  “Pixinguinha é aqui e agora, contemporâneo, eterno”.

SERVIÇO “Pixinguinha como Nunca”:
Dias: 23, 30 de março e 6 de abril
Horário: 19h30
Bate-papo com os músicos: 30/3, às 18h
Local: CCBB RJ – Teatro II ( Rua Primeiro de Março, 66 – Centro)
Ingressos pelo Eventim
Duração: 60min
Capacidade: 155 lugares
Classificação indicativa: livre
Acesso para portadores de necessidades especiais

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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