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“SENTIDOS” traz reflexão sobre o papel da arte como vetor atemporal

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om obras de Ana Coutinho, Esther Bonder, Flavia Fabbriziani, Marcio Atherino e Pry Oliveira, a exposição ‘SENTIDOS’ tem curadoria de Patricia Toscano e conta com o patrocínio e parceria institucional do Midrash Centro Cultural, apoio da Vivan Wines e realização da CRIO.ART.

Os artistas ocupam um espaço expositivo de destaque no centro cultural apresentando um diálogo entre abstração e figuração com pinturas e esculturas de médios a grandes formatos. O corpo de trabalho estimula o público a refletir e experimentar a transversalidade e os sentidos polissêmicos da arte, além de suas materialidades possíveis e poéticas desejáveis.

Aliás, a transição do pensamento para a arte perpassa pelo sentido, o sentido da obra é, em simultâneo, um fenômeno expressivo e intelectual significado com o propósito de constituição de sentido por um determinado grupo.

A etimologia como gênesis linguística mostra a origem da palavra ‘Sentido’ no latim sentire, de “experimentar algo por meio dos sentidos e por meio da razão”. Indo além das fronteiras etimológicas, a mostra contextualiza ‘Sentidos’ no epicentro desta narrativa artística plural apartada da significação óbvia de capacidade sensorial humana, mas aproximada de uma ordem poética filosófica reflexiva mais profunda, imanente ou transcendente a cada coisa.

Além disso, as múltiplas acepções de ‘sentido’, nos permitem uma costura filosófica da arte, cujo sentido é um nexo ou elo do ponto de vista da coerência interna — o que se exprime na ordem, necessidade, proporção e na inteligência — mas também do ponto de vista da referência ou correspondência externa — o que se traduz singularmente na direção, na necessidade e na finalidade, e também no logos (proporção) universal, no nous (inteligência).

A arte como potência reflexiva de repensar futuros possíveis, nos instiga a pensar um novo contexto atribuído de sentidos a partir de uma ótica artística. Em um mundo cada vez mais acelerado e caótico, há cada vez menos tempo para sentir, para ser e ter sentido. Observar, absorver, elaborar e perceber oxigenando a vida. A atemporalidade da arte não só perpassa o papel de contextualizar histórias do passado, mas também de contar o presente e construir futuros sensíveis e humanizados.

A artista Ana Coutinho, apresenta pinturas abstratas com formas complexas e fluídas num dinamismo plástico advindo de seu processo intuitivo e orgânico justaposto a referências e estímulos estéticos com ínfimas possibilidades e pontos de vista; Esther Bonder, pesquisa a relação homem-natureza e seus processos metamórficos. Suas obras traduzem essas reflexões em paisagens usando o recurso dos reflexos que nos faz refletir sobre novas configurações de vida. Flavia Fabbriziani, exibe o aprofundamento de sua potente investigação gestual com materialidades pictóricas que produzem formas e volumetria que perpassam por densidades e fluidez surpreendentemente distintas; Marcio Atherino investiga o cotidiano e questões sócio-existenciais transitando no limiar da figuração e abstração em telas que denotam de sua intensa gestualidade arrebatadora. Pry Oliveira, sua pesquisa experimental pautada na abstração geométrica investiga as formas e o equilíbrio numa estética e escala cromática minimalista.

Cabe ao espectador encontrar compreensões a partir da sua capacidade de atribuição de sentidos. Nem sempre há ambiguidades ou previsibilidade na natureza dos trabalhos. O público costuma estabelecer um jogo poético-lógico-sensorial de acordo com suas percepções e historicidades, que permite um lugar de profunda conexão relacional entre a ótica artística e a particularidade do seu olhar. Lugar onde a arte encontra sua plenitude.

A semiótica aproxima ‘sentido’ do ‘espírito’ de algo, o que está por trás de algo e o motiva alimentando a sua natureza. Carrega o paradigma de ‘intenção’, mas uma intenção por trás, que vem de um passado, de um ‘propósito’. A arte é um vetor atemporal de sentidos atribuídos de valor e transformação da cultura e da sociedade.

A mostra é livre, gratuita e o funcionamento é de terça-feira a sábado, de 12h às 19h, seguindo todos os protocolos de higienização, segurança e prevenção do COVID19 a partir do dia 10 de março até 10 de abril de 2022.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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