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Rafael amorim lança exposição poética criada a partir de clipes de papel

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Rafael amorim lança exposição poética criada a partir de clipes de papel. Artista encontrou clipes nas ruas durante cinco anos e transformou no projeto “a respeito do fracasso e outras virtudes”, em exposição no Sesc Ramos (RJ). O que para muitos pode parecer apenas um artifício para manter folhas agrupadas, para o artista visual, é uma forma de mostrar que a arte está no cotidiano, basta um olhar atento para reconhecê-la.

Rafael amorimO projeto intitulado “a respeito do fracasso e outras virtudes” é formado por poesias e artes criadas a partir de clipes encontrados nas ruas por ele desde 2017. A ideia de reunir os clipes começou quando o artista, morador de Padre Miguel, se deslocava para as aulas de artes visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), há cinco anos. “Comecei a perceber uma recorrência de objetos descartados pela cidade e passei a investigar onde eles cabiam na arte”, relembra.

Para Rafael, utilizar os clipes em uma exposição contribui para dissolver os limites entre o público e o artista, “Acho ótimo quando alguém olha um trabalho de arte e diz que ‘até uma criança faria aquilo’, porque a arte, certamente, não precisa estar em um pedestal ou em um círculo restrito de pessoas. Qualquer uma delas pode instituir uma obra de arte a partir do momento que coloca os pés na rua e passa a observar com mais atenção o que não via antes”, comenta o artista.

A exposição conta com obras feita com clipes costurados sobre tecido, além de obras intercalando os clipes com escritos poéticos e autorais. Aliás, o projeto conta ainda com a produção de um livro do artista, com textos críticos de três jovens artistas e pesquisadores, Yná Kabe Rodriguez, Thiago Fernandes e Tulio Costa.

Sobre o titulo da exposição, Rafael conta que foi uma forma de convidar as pessoas a pensarem sobre a relação entre o fracasso e a virtude, “A coleção de clipes que eu iniciei é incompleta por natureza, não tem como dimensionar quantos eu já encontrei ou quantos ainda vou encontrar. Mas talvez seja uma virtude se pensarmos uma coleção de algo que foi descartado a partir da perspectiva em arte”, resume.

A exposição, com texto curatorial de Julia Baker e Juliana Pereira, acontece entre 1º de junho e 28 de agosto, das 09h às 18h, de forma gratuita, no Sesc Ramos (Rua Teixeira Franco, 38, Ramos).

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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