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Fiódor Dostoiévski inspira peça motivada por um sentimento de solidão

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Solo mistura realidade e ficção ao som de David Bowie.

Fiódor Dostoiévski
Foto: Pedro Prado

Durante o processo de luto pela perda dos pais, Liliane Rovaris foi atravessada pela leitura de “Crime e Castigo”, o clássico de Fiódor Dostoiévski  (1821-1881). Aliás, mesmo  conhecendo a obra, ela embarcou na releitura motivada intuitivamente por um sentimento de solidão e uma possibilidade de recomeço, ações que encontram um certo eco na trajetória de Raskólnikov, o protagonista do romance.

“Crime e Castigo 11:45” nasce justamente do cruzamento desta experiência pessoal com a vontade de contar a história criada pelo genial autor russo, Fiódor Dostoiévski. Com texto e atuação de Liliane, a montagem tem direção de Camila Márdila, parceira de longa data, no teatro.

‘Dostoiévski conduz seus personagens com um sentimento de compaixão, mostrando suas contradições sem jamais julgá-los ou encerrá-los em uma definição. Em tempos de julgamentos imediatos, parar, observar, esperar o que vem a seguir, antes de decretar algo, foi um alento para mim. O livro foi me dando a calma e a possibilidade de enxergar aquele momento como algo em transição, em transformação’, analisa a atriz.

Revelar essa trajetória, que vai da extrema contração do ódio à redenção pela compaixão, em tempos de muita intolerância, fez sentir ainda mais forte o desejo de levá-la para o teatro. Através de um diálogo direto com o público, a dramaturgia narra e encena duas trajetórias que correm em paralelo, dois encontros: o de Sônia e Raskólnikov, personagens da obra “Crime e Castigo”, de Dostoiévski e o da atriz Liliane Rovaris com o livro, durante um período de luto pela recente perda de seus pais.

No decorrer da criação, em 2018, Liliane se deparou com a notícia de que “Crime e Castigo” é um dos livros mais lidos entre os presidiários no Brasil. Em troca de dois dias de liberdade, os detentos apresentam um resumo do livro. foi a partir dai que uma dessas resenhas, publicada em matéria jornalística, inspirou o recorte dramatúrgico da peça.

Fiódor Dostoiévski narra a história de Raskólnikov, um jovem estudante que comete um duplo assassinato e é perseguido por sua própria consciência até que conhece uma prostituta, Sônia, única pessoa para quem consegue contar sobre o crime cometido. É a partir dessa trajetória que a artista narra e encena em paralelo com suas próprias memórias, incluindo uma experiência que envolve o icônico David Bowie, suas músicas atravessam o solo russo misturando culturas complemente diferentes. No meio disso, o cenário, que remete ao quarto dos pais da atriz, se inspira em peças performáticas, como as de Lola Arias, artista argentina que tem como marca a sobreposição entre realidade e ficção.

Além disso, durante o processo, Liliane trabalhou o texto em uma oficina para jovens internos que cumprem medidas socioeducativas no Degase. Através deste contato, a atriz pôde confirmar a importância e a capacidade de interação do livro com diferentes realidades, reforçando a escolha por um caminho direto e acolhedor na forma de contar essa história, fora do lugar erudito e inacessível, por vezes atribuído à obra.

SERVIÇO
Data: de 14 de julho a 7 de agosto de 2022
Dias da semana: de quinta a domingo
Horário: 20h
Local: Mezanino do Sesc Copacabana (Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana)
Bilheteria – Horário de funcionamento: Terça a sexta – de 9h às 20h; Sábados, domingos e feriados – das 13h às 20h.
Classificação indicativa: 14 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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