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Eliete Negreiros lança coletânea de seus artigos sobre música

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Eliete Negreiros“Este livro é fruto de meu amor pela música popular brasileira” é desta forma que a cantora e filósofa Eliete Eça Negreiros resume o lançamento “Amor à música: de Cartola, Paulinho da Viola, Cortázar, Nara Leão, Rogério Sganzerla…”, livro das Edições Sesc São Paulo. A obra é uma coletânea de seus artigos publicados nas revistas Piauí e Caros Amigos, entre 2012 e 2014, sobre diversos artistas da música.

Os textos tratam de pioneiros como Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, passando por Pixinguinha e artistas da Era de Ouro, como Noel Rosa, Ismael e Orlando Silva, Isaurinha Garcia, Luiz Gonzaga, entre outros, mas também sobre os modernos Dorival Caymmi, Elisete Cardoso, Tom Jobim, Nara Leão, Alaíde Costa; sambistas cariocas dos anos 50 a 70 na linhagem de Cartola e Nelson Cavaquinho a Candeia, Elton Medeiros e Paulinho da Viola, até a geração de Caetano, Dominguinhos e Luiz Melodia.

Os textos culminam na geração da própria autora, incluindo artigos sobre Arrigo Barnabé, Eduardo Gudin e o violeiro Passoca. Entre os artistas estrangeiros, a autora joga luz, por exemplo, em discos de John Coltrane e da cubana Omara Portuondo. Eliete dedica, ainda, artigos sobre a presença da música na obra de criadores alheios (ou quase) ao registro musical, como o escritor Julio Cortázar, o cineasta Rogério Sganzerla ou o poeta Manuel Bandeira.

“Amor à música estimula uma imersão nos espaços da memória de nossa música, um espaço ilimitado, tal como surgem as reticências do título. Em confluência à intenção de preservar e divulgar o legado cultural brasileiro, a edição deste livro se associa aos esforços do Sesc no sentido de viabilizar a democratização das artes, a divulgação do conhecimento e a partilha das sensibilidades facultada pela fruição musical”, conta Danilo Santos de Miranda.

Aliás, o próprio Eduardo Gudin conta, no texto de orelha, um detalhe que não passou despercebido pela autora: “Li também sobre Elton Medeiros e sua parceria com Paulinho da Viola. A curiosidade sobre quem fez a melodia ou a letra demonstra o entendimento do que é importante numa parceria. Só um dos parceiros para explicar. Eliete pergunta ao próprio Elton e temos a informação definitiva. Mesmo eu, que sou parceiro dos dois, não sabia com essa precisão. Esses detalhes têm muita importância e só quem é do ramo vai buscar e esclarecer”.

Paulinho da Viola conta que, “Eliete Negreiros, cantora e filósofa, pessoa de muita sensibilidade, demonstrada em dois ensaios publicados na década de 2010, relevadores de intenções e construções encontradas no meu trabalho de músico/compositor e que muito me honraram”.

Sobre Tom Jobim, a autora comenta ter ficado intrigada com a razão pela qual o compositor escreveu “Saudade do Brasil”, se seria pela mesma saudade que ela sentia de um Brasil que não existia mais, ou talvez apenas saudade de casa. Procurou então, na biografia escrita por Sérgio Cabral, e encontrou a informação. Tom estava num hotel, em Nova York, quando pegou uma faca para cortar carne e, nela, vinha a inscrição “Made in Brazil”. “Me senti orgulhoso por uma faca tão boa ser feita aqui. Aí, me deu uma grande saudade do Brasil e essa saudade está na música. Para que palavras?”, afirma o compositor. É este tipo de história – saborosa e retratada com muita sensibilidade – que a cantora traz em seus textos.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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