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José Bechara em sua 6ª exposição individual na LURIXS: Arte Contemporânea

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A exposição  “Nervo Combustão Fluxo” de José Bechara, com texto de Felipe Scovino, ocupa a LURIXS: Arte Contemporânea.

Em sua 6ª exposição individual na galeria, Bechara ocupa as duas salas expositivas
do prédio para apresentar 15 obras inéditas entre oxidação de metais sobre lona e
esculturas em vidro.

 Scovino conta que nesta exposição, as obras estão em moto-contínuo mesmo em um estado de aparente repouso. “Há uma ação, um devir, que acontece ininterruptamente
mesmo essas mudanças não sendo perceptíveis a olho nu”. Aliás, o crítico evidencia também que o artista carioca não abandonou o grid, um signo constante em sua trajetória.

 Bechara adicionou mais elementos a essa estrutura, transmitindo uma sensação de agilidade e aumentando a potência alegórica de um estado transitório em suas pinturas. Digo isso porque, para além do fato de o artista não abdicar do processo de oxidação na construção de formas geométricas sobre a lona, há outro regime de temporalidade sendo explorado.

Se, nas partes oxidadas encontradas na pintura, a passagem do tempo, demarcada
pela ação da emulsão sobre a lona, é vagarosa, minuciosa e “imperceptível” à
experiência do olho, nas formas que caracterizam o grid, o nosso olhar percorre a
superfície da pintura de forma acelerada e descontínua. Não há centro, tudo está
a se mover de forma esquiva e instável. Os pontos de cor, chamativos, quentes
e espalhados pelos mais distintos pontos da lona, intensificam essa operação.
No díptico Margarida Cabeça Stripe (2018), o que prevalece é a oxidação na lona
superior, formando metaforicamente não só uma matéria em combustão, mas
a constituição de uma paisagem, notadamente, de um nevoeiro. É perspicaz a
escolha, até certo ponto ocasional, que Bechara faz de como, onde e com que
intensidade o processo químico da oxidação ocorrerá sobre a lona e, em um
segundo momento, as formas alusivas ao mundo que são criadas.

Além disso, Bechara também opera pela fratura e podemos observar essa característica
sob dois pontos de vista. O artista faz uso, e não são raros os casos, de remendos, isto é,
pedaços de lona sobrepostos sobre a lona maior. Essa operação de corte e costura torna aparente um universo de sujidade, gambiarra, fúria, cheiro e atmosfera de metrópole. Essa fratura, por assim dizer, exala visceralidade.

A outra possibilidade de fratura é a divisão em módulos de suas pinturas; sejam
dípticos, trípticos ou polípticos. Há a dimensão de uma escala que não se contenta
em ser diminuta, circunspecta ou regida por uma timidez formal, pelo contrário,
ela deseja o espaço. E essa aparição ao mundo se dá de forma conflituada,
determinada, impositiva e essencialmente vigorosa.

SERVIÇO
Visitação: 16 de setembro a 28 de outubro de 2022
Local: LURIXS: Arte Contemporânea (Rua Dias Ferreira, 214 – Leblon)
Horário: De segunda à sexta: das 11h às 19h
Sábados sob agendamento
Entrada franca

 

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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