- Publicidade -

Museu de Imagens do Inconsciente inaugura galeria expositiva com a Ocupação Nise da Silveira

Publicado em:

Museu de Imagens do Inconsciente inaugura galeria expositiva com a Ocupação Nise da Silveira, com cartas, fotografias e manuscritos, além de 16 pinturas de artistas que frequentaram os ateliês criados por ela em 1946. Além disso, a exposição traz, ainda, vídeos como o raro registro de Nise e Carl Gustav Jung (1875-1961), em 1957, em Zurique, na Suíça.

A abertura marca, também, os 70 anos da criação do Museu criado por Nise e a retomada das atividades para o público. A exposição é visualmente muito bonita e traz em si a importância do trabalho de Nise da Silveira, psiquiatra que negou a loucura como doença, tratando-a com arte.

A humanista rebelde, filósofa do inconsciente e psiquiatra que negou a loucura como doença para tratá-la com arte foi homenageada em 2017 na série de mostras Ocupação Itaú Cultural. A exposição é acolhida agora pelo MII, em sua nova galeria, no edifício modernista que abrigou o Espaço Aberto ao Tempo, atualmente anexado à sede do museu. Ela marca, ainda, os 70 anos da sua criação pela própria Nise, em 1952, e a retomada das atividades para o público, além da mostra de longa duração.

A Ocupação Nise da Silveira acontece em uma área revitalizada de mil metros quadrados do prédio recém anexado à sede, que ganha o nome de Espaço Almir Mavignier, artista que criou os ateliês terapêuticos com Nise (1905-1999).  Coincidindo com a reabertura da instituição para o público e marcando as suas sete décadas de existência, a exposição apresenta o universo desta mulher que dedicou sua vida à psiquiatria de forma peculiar, lutou contra as terapias de choque desde os anos de 1940, introduziu no Brasil a psicologia analítica de Jung, pautou seu trabalho pelo afeto, rejeitou as desigualdades e a rigidez das igualdades.

  A Ocupação, vista em São Paulo em 2017 no Itaú Cultural, revela de maneira ampla o acervo pessoal de Nise, abrigado no MII. A mostra apresenta centenas de peças, entre a vasta correspondência da psiquiatra – como as cartas que trocou com Jung –, fotos pessoais, documentos que ganharam importância histórica, manuscritos, estudos, publicações, poemas – um deles, ela escreveu para o pai, inspirado em um dos Noturnos de Frederic Chopin. Encontra-se, ainda, estudos feitos por ela, depoimentos de familiares, amigos e colegas de trabalho. Também há livros que escreveu e outros que usou como referência para seus estudos. Dentro da acessibilidade, há pranchas táteis em todas as salas, com a descrição de alguns itens de cada módulo, e libras nos audiovisuais.

No conjunto, a exposição, que fica aberta por um ano no Museu, leva o visitante a percorrer com intensidade a vida e obra desta brasileira singular nascida em Maceió, Alagoas.

   A mostra se desdobra por quatro salas. Na primeira delas, destaca-se um grande mapa-múndi apontando os lugares no mundo onde a ciência e a filosofia de Nise da Silveira tocaram com sua delicadeza e garra. Trocando cartas e ideias, ou presencialmente, o seu pensamento alcançou 31 cidades, em nove países – Brasil incluído.

O espaço expositivo, também abriga pinturas de seus clientes históricos e documentação e iconografia dos temas que permearam o seu percurso, como arte e psiquiatria, sua relação com Jung e as mandalas, grupo de estudos sobre o mesmo Jung, animais coterapeutas – para Nise, os animais tinham grande importância –, campos de estudo, influências e referências em sua vivência – como o objeto que ela chamava de seu brasão indígena, formado por uma peneira, para filtrar o trabalho retirando os excessos, e dois abanadores para manter viva a paixão pelo trabalho. Destacam-se, nesse percurso, o Museu e a Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente, criada por Nise para garantir a continuidade do trabalho após sua aposentadoria.

O Museu de Imagens do Inconsciente, criado por Nise da Silveira, em 1952, e a Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente, constituída em dezembro de 1974, às vésperas de sua aposentadoria, para dar continuidade ao seu trabalho e ao seu legado, têm destaque no percurso da exposição.

No mesmo dia 10 de setembro, será aberta às 13h30, no edifício-sede do Museu de Imagens do Inconsciente – Espaço Humberto Franceschi – a exposição de longa duração Do asilo ao Parque: 70 anos de história, com mais de 70 pinturas e esculturas dos artistas que frequentaram os ateliês de Nise, selecionadas pelo curador Luiz Carlos Mello e Eurípedes Júnior, que trabalhou com ela, e é vice-presidente da Sociedade de Amigos do MII. Haverá ainda uma programação cultural, com apresentação da Cia. Luar de Dança (11h, no Espaço Almir Mavigner), do grupo teatral Os Inumeráveis (13h, Espaço Humberto Franceschi), performance de Arlindo Oliveira, do ateliê do Museu Bispo do Rosário (14h, Espaço Humberto Franceschi), e a roda de samba com o bloco de carnaval Loucura Suburbana, com participação especial de Mestre Siqueira (15h, Bosque D. Ivone Lara).

O Museu de Imagens do Inconsciente está instalado em um antigo complexo hospitalar psiquiátrico, no bairro do Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio de Janeiro, o Museu de Imagens do Inconsciente abrange quatro edifícios: Espaço Humberto Franceschi (sede), Espaço Almir Mavignier (anexo, que será inaugurado no dia 10 de setembro de 2022), Garagem Criativa Gladys Schincariol e Ateliê Fernando Diniz. Desde 2011, a Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente vem desenvolvendo projetos de modo a que toda a área em que o MII está inserido seja transformada no Parque Nise da Silveira.

Em julho de 2012, o mesmo decreto que criou o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, órgão da Prefeitura, estabeleceu a criação do Parque Nise da Silveira. Com perto de 80 mil metros quadrados, e um total de doze edificações (incluindo as do MII), o Parque Nise da Silveira está ganhando forma. Já foi criado o Bosque D. Ivone Lara, com perto de 6 mil metros quadrados, batizado em homenagem à grande compositora e cantora nascida em 1921 e falecida em 2018, que foi enfermeira e teve atuação destacada na atenção à saúde mental, sendo ainda aluna de Dra. Nise em Terapêutica Ocupacional. Nos últimos anos, as melhorias no Museu de Imagens do Inconsciente compreendem a ampliação das áreas totais de 948m2 para 2.337 m2, do espaço expositivo de 253,4m2 para 584,9m2, e da administração, de 55,9m2 para 83,1m2.

   SERVIÇO
Ocupação Nise da Silveira
Museu de Imagens do Inconsciente (Rua Ramiro Magalhães, 521 – Engenho de Dentro, Rio de Janeiro)
Visitação: terças-feiras a sábado, das 10h às 16h
Classificação indicativa: Livre
Entrada: gratuita
Acessível em Libras

Rota Cult
Rota Cult
Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -