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“Aniversário de Bu” elucida os efeitos do racismo na subjetividade de crianças negras

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"Aniversário de Bu"Falta pouco para o elenco do “Aniversário de Bu” emocionar, conscientizar e causar reflexões da plateia do Teatro Sesc Tijuca. O  espetáculo infantojuvenil ressalta os malefícios do racismo no cotidiano das crianças negras. Por meio da ludicidade, música e da linguagem das formas animadas, temas complexos vivenciados na infância como baixa autoestima, amizade e a relação com os familiares entram em cena.

A peça “Aniversário de Bu” se passa no oitavo aniversário da menina Bu, que decide prender seus cabelos como em todos os anos. Mas, desta vez, é impedida por seus próprios cabelos que tomam vida e a convidam para uma surpreendente viagem a suas raízes.

“O espetáculo aborda a construção da autoimagem na infância, o que é de grande importância para o desenvolvimento saudável de toda criança. Em “Aniversário de Bu”, acompanhamos a trajetória da aniversariante Bu, que não se sente feliz com seu próprio cabelo. Esse sentimento é muito presente em crianças negras que, sistematicamente, são marginalizadas e hostilizadas em seus meios de convívio”, ressaltou a atriz Isabour Estevão, que teve sua própria história como pano de fundo para a criação deste projeto.

É através do autoconhecimento e empoderamento, que a protagonista, aos poucos, percebe que o problema sempre esteve no olhar da cultura e sociedade que a cerca. Neste sentido, além da aceitação da aparência, o espetáculo reforça a urgência da representatividade e da representação na sociedade para que as crianças possam se reconhecer e respeitar.

O ator Junior Melo destaca que é de suma importância que o racismo seja discutido já na infância. “Nós construímos uma peça lúdica, permeada de fábula e musicalidade, sem deixar de tratar de questões sérias. Acreditamos que este novo trabalho autoral converse com os pequenos, mas também com as infâncias de modo geral, incluindo a que mora dentro de cada um de nós adultos. Quando compus às músicas do espetáculo, percebi que as letras e melodias eram tudo que eu, quando criança, precisava ouvir na idade de Bu”, pontuou.

Para que as crianças sejam capazes de compreender as dificuldades advindas das desigualdades sociais e, consequentemente, das minorias, é indispensável que a diversidade esteja presente em igualdade diariamente nos relacionamentos dos adultos, para que isso possa estar presente também na vida das crianças. Sendo assim, a descoberta de Bu sobre a beleza de seu cabelo crespo dialoga com a ideia de que é necessário referências positivas de pessoas negras, fortalecendo o combate à discriminação racial.

Para o diretor Eduardo Vaccari, o espetáculo toca em um tema necessário para a criança que é a construção de sua autoimagem. “A percepção que a criança tem de si mesma. A aceitação de si como imagem. E, ainda, que referências a criança tem em seu entorno para a construção da imagem de si e o quanto essas referências são suficientemente potentes para uma boa relação consigo mesma. O modo como a criança lida com sua própria imagem é fundamental na construção de sua autoconfiança”, disse.

SERVIÇO
Temporada: 15 de outubro a 13 de novembro de 2022
Dias: Sábados, às 16h, e domingos às 11h e 16h
Local: Sesc Tijuca. Teatro 01. (Endereço: Rua Barão de Mesquita, 539. Tijuca)
Horário de funcionamento bilheteria: Terça a domingo de 9h às 17h
Classificação indicativa: Livre

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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