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“Onde está Liz dos Santos?” volta ao cartaz para quatro apresentações

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Os derrotados nunca puderam contar a história do mundo. A narrativa sempre coube aos vencedores, dominadores e bárbaros, mas, mesmo nos regimes mais autoritários e violentos, as vítimas têm a oportunidade de deixar sua mensagem para as gerações futuras, é justamente, a partir dessa reflexão que se desenvolve o drama “Onde está Liz dos Santos?” volta ao circuito.

Escrita pela estreante Beatriz Malcher durante as atividades da 6ª turma do Núcleo de Dramaturgia Firjan SESI, sob a coordenação do diretor e dramaturgo Diogo Liberano, “Onde está Liz dos Santos?” conta uma história de perseguições, desaparecimentos e submissões que apresenta paralelos com a realidade brasileira.

A trama se desenrola em uma cidade dominada por um grupo de milicianos, onde a posse de armas está liberada. Maria das Graças busca sua filha, Liz, que desapareceu após ser levada à delegacia local. A busca expõe uma trama de violência que envolve o Estado, a alta burguesia agrária e a igreja. Paralelamente, o pastor da cidade se confronta com o seu papel ambíguo neste cenário.

Para escrever a dramaturgia, a autora se inspirou em entrevistas que leu com pessoas que moram em zonas de milícia e em um episódio que ouviu de uma senhora na porta do banco: ela perdeu um filho, casa e negócio depois que a família deixou de pagar pelos serviços cobrados pelo grupo clandestino.

“Li bastante sobre milícia nos últimos meses para construir a trama, porém a peça parte de um ambiente dominado por esse grupo para refletir sobre as posturas autoritárias, violentas e fascistas que fazem parte da história do Brasil e do mundo. De tempos em tempos, essas posturas ficam mais afloradas. Li um livro que falava, por exemplo, sobre a continuação dos métodos usados pela ditadura militar nos métodos usados pela milícia”, acrescenta.

A narrativa também é contada a partir de obras, no estilo lambe-lambe, deixadas pela personagem-título, uma artista desaparecida que, a partir do eu trabalho, fazia denúncias políticas. “Eu queria trabalhar com indivíduos desaparecidos, mas que tivessem voz. Eu não queria fazer como o sistema e apagar essas pessoas do mapa”, observa a dramaturga.

Serviço
Dias e horários: dias 20 e 21/10, às 20h.
Teatro Firjan SESI Jacarepaguá: Av. Geremário Dantas, 940 – Freguesia de Jacarepaguá
Dias e horários: dias 27 e 28/10, às 20h.
Teatro Firjan SESI Caxias: Rua Artur Neiva – Circular, Duque de Caxias
Duração: 1h15
Classificação Etária: 14 anos

 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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