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Artic Monkeys: O rock inglês que você precisa escutar (mas sem urgência)

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Por Mario Dias

Em uma noite fria e chuvosa, que alguns diriam lembrar o clima londrino, o Artic Monkeys fez um bom show, com seu mais recente trabalho, “The Car”, este aliás, nada lembra “Beneath the Boardwalk” o compilado de gravações que se tornaram o álbum “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, que catapultou a banda de Shetfield para fora da brumosa Inglaterra.

A banda de abertura, o outrora famoso Interpol, fez uma apresentação protocolar de um repertório limitado. Sem nenhuma novidade, requentou sucessos antigos, chegando a ápice ao apostar no hit “Narc”, para agitar um publico desinteressado nas sonolentas e intimistas baladas, o estilo que marca a maioria das músicas do quinteto de Manhattan.

O que levou o Artic Monkeys a escolher o Inerpol como banda de abertura permanecerá um mistério. Se temiam ser ofuscados ou se optaram por uma banda com uma sonoridade semelhante, para estabelecer o clima do espetáculo, o resultado ficou claro quando os americanos deixaram o palco: ninguém pareceu se importar.

Na plateia o público se dividia entre jovens entre 20 e 35 anos, que ansiosos, aguardavam para escutar os sucessos mais recentes da banda, presentes nos discos; “Am”, “Tranquility Base Hotel & Casino” e “The Car”, identificado por unanimidade, como o melhor trabalho da banda. Na outra metade do público figuravam pessoas entre 40 e 50 anos, desejosos para ver um Artic Monkeys que não existe mais quando esta em turnê e, aliás, parece ter esquecido as origens pós Punk presente em “Beneath the Boardwalk”, “Favorite Worst Nightmare” e “Humbug”, este último, já indicando a mudança de rumo na identidade da banda. Quando finalmente entrou no palco, o Artic Monkeys foi calorosamente acolhido e a resposta foi dada através da monótona There better be a Mirrorball.

“The Car” dominou o set list e os primeiros 40 minutos de show foram marcados por musicas intimistas e pela excelente presença de palco de Alex Turner, que mesmo sem interagir diretamente com o público tem carisma de sobra para mudar sozinho o ritmo do show.

Posteriormente o público pode escutar algumas musicas dos dois trabalhos anteriores. Além disso, “Four Four of Five” foi, certamente, uma das performances mais aguardadas fazendo tremer a arquibancada. Já “Do I wanna Know” ganhou uma versão mais acelerada, além de destacar o poder da bateria de Matt Helders que constantemente ofuscava os demais integrantes da banda.

Evidentemente o público estava satisfeito e os fãs do Artic Monkeys saíram do show sem reclamações. O objetivo do show foi atingido com imenso sucesso, contudo ao presenciar “The Car Tour” e reconhecer o efeito positivo no público, não posso deixar de lamentar a ausência das músicas que consolidaram os meninos de Shetfield como grandes músicos.
Definitivamente “The Car” atropelou todos que estavam “Beneath the Boardwalk” sendo provável que nunca mais vejamos os rapazes pós Punk que um dia salvaram o Rock inglês.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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