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Bienal de Arte Digital, em segunda edição, ocupa Oi Futuro

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A humanidade vem refletindo sobre modos de vida e formas de continuar existindo, projetando futuros a partir da ancestralidade, criando possibilidades de resistência e adaptação, com isso em mente e sob o tema “Condições de Existência”, a Bienal de Arte Digital retorna após um hiato de 4 anos devido à pandemia da Covid-19.

Com obras de mais de 60 artistas nacionais e estrangeiros, de 12 de novembro a 22 de janeiro de 2023, o Oi Futuro recebe instalações, obras de arte visuais digitais, narrativas em audiovisual e uma diversidade de trabalhos de diferentes linguagens que analisam, tecem críticas e lançam novas perspectivas relacionadas ao tema desta edição como “Gil Futurível”, uma homenagem ao músico Gilberto Gil produzida pelos cariocas Clélio de Paula e Floriano Varejão e pela Azimove Labs, que pode ser visitada pela primeira vez.

A primeira edição da Bienal de Arte Digital somou um público de mais de 70 mil pessoas em Belo Horizonte e Rio de Janeiro, sob o tema “Linguagens Híbridas”, os trabalhos refletiram a experimentação de linguagens artísticas com o uso de ferramentas e tecnologias.

Na Bienal de Arte Digital 2022, as obras dos mais de 60 artistas ocuparão os quatro andares do centro cultural, um número bem maior do que da edição passada, incluídos também os 16 bolsistas do Comunidade UX, projeto da Bienal realizado em janeiro último que reuniu talentos das periferias. Entre consagrados e iniciantes estão artistas do Brasil, Alemanha, França, Espanha e Chile.

 Aliás, o espanhol Solimán López volta à Bienal com a instalação batizada de OLEA. O projeto propõe um espaço para reflexão e reaproximação de espécies, conceitos, economias, sociedades – tudo isso se converge no azeite de oliva. Em consonância com a ascensão das criptomoedas, OLEA tem por objetivo se tornar a primeira criptomoeda para o comércio de azeite, além de ampliar os conceitos de arte contemporânea para novas mídias e tecnologias. O projeto representa uma inovação histórica na arte contemporânea e na agricultura, conectando biologicamente duas das mais importantes economias históricas, cripto e agricultura.

A obra Dream’s Cricket, do artista sonoro e engenheiro de som francês Felix Blume, consiste em uma instalação sonora composta por 40 “grilos-falantes” que tocam as gravações do canto do macho à noite, feitas por crianças durante uma oficina. Nela, também há a exibição de um curta-metragem realizado utilizando os dispositivos dentro de uma história: em resposta à inevitável extinção de insetos, um grupo de cientistas desenvolveu uma espécie de grilos eletrônicos para que, mesmo depois que eles se forem, os grilos possam continuar cantando enquanto sonhamos. O trabalho ajuda a refletir sobre as consequências da mudança climática e da extinção de espécies.

Delírios Digitais, dos artistas Séfora Rios, Yves Marotta, Paulo Stoker, Juliana Fasuolo, traz uma instalação phygital (física e digital) que funciona como uma “chave de portal” para o metaverso. Assim que que aberto, “o portal” leva a um espaço imersivo que reúne sensações físicas aliadas ao contexto digital – onde uma nova realidade utópica se apresenta. Nele, há cores e traços de uma brasilidade digital através da obra de 15 artistas que, em comum, além de uma narrativa não-hegemônica, têm pautas como igualdade, liberdade e ode à natureza.

Gil Futurível, do brasileiro Clélio de Paula, traz a experiência em realidade virtual do “segundo estágio de humanoide” de Gilberto Gil, modelo digital do artista criado a partir do seu escaneamento 3D. Com os óculos, o público terá a experiência de estar frente a frente com Gilberto Gil, assim como os figurinos icônicos do artista. O projeto pretende expandir as possibilidades de expressão e consumo das criações e ideias de Gilberto Gil por meio de obras audiovisuais tridimensionais, tendo como base os materiais gerados pelo seu escaneamento. A inspiração para o projeto foi a música Futurível, escrita enquanto Gil estava preso pela ditadura militar, em 1969. Na canção, o artista explora ideias de transmutação do corpo físico e o impacto de tecnologias muito distantes daquele tempo, botadas em prática simbolicamente na presente obra.

Além disso, o Bienal de Arte Digital traz a mostra MuMia, com seis curtas-metragens de animação: A Double Life, de Job, Jors e Marieke, é uma deliciosa comédia dark sobre marido e mulher cujas ideias diferentes de conformidade de gênero levam a um confronto inesperado. Riot, de, Frank Ternier, fala de um jovem negro que é morto em uma briga com um vizinho vigilante e a polícia. Sans Gravité, de Charline Parisot, Jérémy Cissé, Fioretta Caterina Cosmidis, Flore Allier-Estrada, Maud Lemaître-Blanchart e Ludovic Abraham traz a história de um astronauta que volta à Terra e tenta se ajustar a ela novamente.

Por fim, The Kite, de Martin Smatana, trata da questão da morte, mas o faz de forma simples, metafórica e simbólica na relação entre o menino e seu avô. Sangro, de Tiago Minamisawa, Bruno H Castro e Guto BR, é a confissão íntima de uma pessoa que vive com HIV. Carne, de Camila Kater, conta histórias íntimas de cinco mulheres e de suas experiências em relação aos seus próprios corpos.

A bienal ainda traz uma série concebida pelo fotógrafo Bruno Alencastro desde a janela do 4º andar do apartamento onde vive. De lá, seguiu para as residências de mais 80 fotógrafos(as) que aceitaram transformar suas casas em câmeras obscuras de grande formato e capturaram a vida em tempos de pandemia. Cada qual com a sua singularidade. Conquistas e perdas. Anseios e privilégios. Medos e esperanças. O resultado é um ensaio fotográfico caracterizado por uma atmosfera sombria e enigmática, tal como o indecifrável futuro que ninguém sabe ao certo como será.

SERVIÇO
Bienal de Arte Digital
Local: Oi Futuro (R. Dois de Dezembro, 63 – Flamengo)
Visitação: de 12 de novembro a 22 de janeiro.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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