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Operação Hunt, um blockbusters de ação, baseado em fatos reais

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Operação HuntQuem curte filmes de ação está acostumado a ver histórias que envolvam conspiração e espionagem que envolvem, de alguma forma, os Estados Unidos, seja uma invasão, seja planos para matar o presidente, seja uma ideia de acabar com a soberania daquele país. Entretanto, dificilmente vemos (ou ao menos chega para o público brasileiro ver na tela grande) histórias similares a esse tipo de fórmula que envolvam outros países que não os EUA. Felizmente, numa tentativa de ajudar a descentralizar essa narrativa, chega no próximo dia 2 de fevereiro aos cinemas brasileiros o longa sul-coreano Operação Hunt, que mistura todos os elementos que os fãs do gênero buscam em um filme.

O ano é 1983. Trinta anos se passaram desde a guerra que dividiu a Coreia em duas. Mesmo assim, tanto sul-coreanos quanto norte-coreanos vivem as consequências dessa guerra, com os a favor do fim dos conflitos sendo chamados de traidores e comunistas e os que querem manter a divisão como os patriotas a favor dos interesses do povo. No meio disso tudo, estão os agentes Park Pyong-ho (Lee Jung-jae, de ‘Round 6’) e Jang Cheol-seong (Heo Sung-tae, de ‘Round 6’), que trabalham na inteligência secreta da Coreia do Sul e cujos passados se entrelaçaram anteriormente em lados opostos. Quando surge a desconfiança de um espião de nome Donglin estar repassando informações sigilosas para a Coreia do Norte, os agentes Park e Jang são designados para descobrir a identidade dessa pessoa, porém, a situação toda fica ainda mais tensa quando planos para assassinar o presidente são descobertos, e todo mundo passa a ser suspeito.

Em duas horas de duração, Operação Hunt tem um roteiro bastante intrincado, com um bocado de informação histórica que pode acabar passando reto ao espectador brasileiro, dada nossa falta de familiaridade com aqueles países. Escrito por Jo Seung-Hee, o enredo parte desse molde já bastante trabalhado por Hollywood (colocar um inimigo infiltrado dentro da própria casa com plano de matar o presidente) e consegue contextualizá-lo dentro do conflito coreano.

Mostrando os dois lados de um dilema vivido nos anos 80, pelos coreanos. O conflito dos dois protagonistas alternam não só a centralidade da história, como também proferem argumentos que reforçam a percepção de que não há um lado certo nisso tudo.

Lee Jung-jae extrai o melhor do seu elenco no sentido de fazer os atores esconderem suas emoções enquanto personagens num ambiente de tensão crescente no qual aos poucos as peças vão se encaixando. Operação Hunt é, certamente, um filme que precisa de paciência, pois o suspense vai sendo revelado ao longo das duas horas de duração e não adianta ter pressa, pois todos os elementos direcionam a trama para um final explosivo digno dos blockbusters de ação. Para quem curte o gênero, é um filme para ver na telona, e mostra o grandíssimo potencial cinematográfico sendo produzido na Coreia do Sul atualmente.

Janda Montenegro
Janda Montenegro
Escritora, roteirista, mestranda em Literatura Brasileira pela UFRJ, crítica de cinema, tradutora e revisora.

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