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Steve Carell apresenta um novo olhar sobre a psicanalise em “O Paciente”

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Steve Carell Como dizia Jô Soares, “atores não precisam ser comediantes, mas todo comediante precisa ser ator”. A carreira de Steve Carell começou com alguns quadros de comédia e locuções para ganhar dinheiro até explodir com o mega sucesso “The Office”. Depois de ter consolidado sua carreira como ator de comédia, teve seu primeiro papel dramático em Pequena Miss Sunshine, onde fazia uma professor gay que tentou suícidio. Após uma enxurrada de comédias, Steve participa de Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo, quase irreconhecível no papel de John Du Pont, em 2018,  participou do incrível drama Querido Menino como pai de Timothée Chalamet. Agora em uma produção da FX on Hulu, Carell estrela a minissérie “O Paciente”, disponível no Brasil pelo streaming Star+.

O terapeuta Alan Strauss (Steve Carell) tem tentado adaptar-se a nova vida, após a morte de sua esposa, Beth, e também o afastamento que teve do filho Ezra, que tornou-se um judeu ortodoxo. Ao tudo indicava, Alan tinha uma vida simples, bem regrada e rotineira. Até que ele recebe o personagem de Domhnall Gleeson, que causa um estranhamento no terapeuta, contudo não parece ter sido o mais estranho que já viu. Ao conversar com esse novo paciente, Alan descobre um pesado histórico de violência e abuso na infância. Tudo vai bem até que Alan é sequestrado, e seu sequestrador é este paciente. O motivo? Ele é um serial killer que precisa da ajuda de um terapeuta para parar de matar.

O primeiro ponto a se observar nessa trama é que ela não parece muito original, a primeiro momento, já que colocar serial killers no divã se tornou um plot muito rentável, várias produtoras começaram a fazer o mesmo. Podemos afirmar certamente que o carisma desta produção se baseia inteiramente na atuação do elenco, principalmente de Carell e Gleeson.

 Em “O Paciente”, o serial killer é usado de uma forma astuta, colocando o espectador também no papel de terapeuta. Sam tem uma imensa dificuldade de se abrir. Aliás, a expressão facial de Gleeson é quase sempre uma mistura de desconforto misturado a raiva e nojo, exceto quando ele está falando de comida. Ao passo que Alan é sempre calmo e compreensivo, no meio disso, aos poucos também vamos descobrindo mais sobre o terapeuta.

A série é dirigida por Chris Long, Kevin Bray e Gwyneth Horder-Payton, que tinham o desafio de filmar em um pequeno espaço fechado, quase que o tempo de tela inteiro. Para isso eles optaram por trocar os lugares. Tudo fora do quarto em que Alan está preso parece muito menor enquanto o quarto parece muito amplo. Essa ilusão de espaço cria e transmite também a sensação de isolamento que o terapeuta está sofrendo.

O título da série, “O Paciente”, tem certa dualidade, pois coloca ambos os personagens em lugar analítico. Além disso, dica claro que o próprio ritmo do seriado se assemelha a uma sessão de terapia. De inicio, a série apresenta seus personagens, assim como acontece nas primeiras sessões. A diferença é que neste caso, por se tratar de uma obra que desvende a construção e desconstrução de seus personagens, as sessões tem um intuito ainda maior de desvenda-lo.

Os primeiros três episódios podem ser levemente custosos de assistir, porque se toma muito tempo para ambientar toda a situação de Steve Carell, além disso, a direção também dá espaço para aproveitar ao máximo sua atuação. Diferente de outros papéis de Carrell, em “O Paciente” o ator acaba se afundando ainda mais dentro do personagem, trazendo a cena um personagem dramático e cheio de nuances. Por exemplo, Alan confessa o rancor para com o filho, seus desejos homicidas para com seu captor ao mesmo tempo que realmente tem interesse em ajudá-lo.

Os criadores da série, Joel Fields e Joseph Weisberg, escreveram uma obra que traz uma leitura acerca do processo terapêutico. Quem faz terapia sabe que esse processo é longo, entretanto esse tempo é necessário justamente para que a catarse, causada durante todo esse processo permite se colocar em um ambiente mais seguro e controlado. Em “O Paciente”,  o espaço seguro e controlado é jogado fora, por conta do enredo, apresentando assim um novo olhar sobre a psicanalise.

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