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Rubel lança “As Palavras Vol. 1 & 2”

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 Rubel dá um passo em direção a um caminho mais brasileiro e mais popular em “As Palavras Vol. 1 & 2”, disco duplo, de 20 faixas, é uma tentativa de registrar o sentimento de viver no Brasil durante os últimos anos. Aliás, para isso, o cantor e compositor se apoiou no diálogo com diferentes vertentes da música brasileira e seus principais expoentes: Milton Nascimento, Gabriel do Borel, Liniker, Luedji Luna, BK, Bala Desejo, Tim Bernardes, Xande de Pilares, Mestrinho e MC Carol. O resultado é uma fusão ao mesmo tempo popular e experimental de Funk, Forró, Pagode, Samba, Hip Hop e MPB.

Rubel” “As Palavras” partiu de uma extensa pesquisa, que durou quatro anos, de imersão na literatura brasileira e da história do cancioneiro brasileiro”, conta Rubel. O resultado da pesquisa é, certamente, uma ampliação dos temas e ritmos trabalhados por Rubel até então. As letras não abordam apenas suas vivências autobiográficas e pessoais: seus amores, desamores e descobertas. Nessa nova jornada, o compositor tenta abordar a vivência de uma realidade brasileira a partir da história de outros personagens e de novos sentimentos (como em Torto Arado, inspirado no livro de Itamar Vieira, ou Na Mão do Palhaço, uma marcha satírica sobre um homem conservador de meia idade que encontra a redenção a partir do carnaval) buscando um balanço entre violência, paixão, ironia e afeto.

Além disso, o disco propõe um diálogo entre a tradição e a modernidade. Um pé no passado e outro no futuro. As vinte faixas são divididas em dois lados. O lado 1 é calcado nos ritmos e estéticas contemporâneos, como o funk, a rasteirinha e o pagode moderno, resultando em dez músicas que flertam com uma faceta brasileira mais solar e otimista. O lado 2, por outro lado, dialoga mais com o passado e a tradição, apresentando marchinhas, sambas, uma canção inspirada no Clube da Esquina (interpretada por Milton Nascimento) e duas releituras de Luiz Gonzaga. O resultado do conjunto de músicas dessa segunda metade é mais melancólico e denso. Os lados se apresentam como metades complementares, uma solar e outra soturna, como dia e noite.

Aliás, o disco também  transita o tempo todo por extremos. Amor e desamor, violência e esperança, alegria e melancolia. A proximidade de artistas tão improváveis como Milton Nascimento e Gabriel do Borel reforça essas dicotomias, e parece borrar os limites entre o que é tradicional ou moderno, entre o que é sério e o que é piada, entre o que é erudito e o que é popular, entre o que sagrado e o que é profano – contradições que dialogam diretamente com a confusa experiência de ser um brasileiro atravessando o turbilhão político dos últimos anos.

Em meio a um país dividido e confuso sobre sua própria identidade e sobre os signos que possam definir o que ainda significa ser brasileiro, “As Palavras” se propõe a uma ambiciosa missão: relembrar o que a gente ainda pode amar nesse país. Uma das sugestões apontadas por Rubel é a própria Música Brasileira. A Música Brasileira como ferramenta de invenção de um país – a força dos ritmos, a força das Palavras.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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