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10 Livros de Literatura Indígena para ler no mês dos Povos Indígenas

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O dia 19 de abril costumava ser chamado, erroneamente, de “Dia do Índio”, usando uma nomenclatura e uma intenção que estereotipava os povos originários. Nos últimos anos, a luta dos povos indígenas conseguiu, entre outras vitórias, ressignificar o dia 19 de abril como Dia dos Povos Indígenas, e fazer com que todo o mês de abril fosse voltado para as temáticas dos povos da terra. A luta é parte da popularização da consciência sobre a diversidade das culturas dos povos indígenas que, só no Brasil, são mais de 305 etnias. Aliás, nessa frente, a literatura tem sido de fundamental importância, abaixo você encontra dez  dicas de livros de autoria de escritores indígenas brasileiros. Todos podem ser adquiridos através da Lumivraria Maracá.

Literatura Indígena10 – ‘Tucumã’ – Lúcia Tucuju – Este livro voltado para o público infantil e belamente ilustrado pode ser adquirido pessoalmente com a escritora, que frequenta a maioria dos eventos indígenas no Rio de Janeiro. Partindo da história da semente do Tucumã, o leitor faz uma viagem ao Amazonas, na companhia de peixes aves e outros animais.

9 – ‘A Boca da Noite’ – Cristino Wapichana – Esse é um livro bastante premiado e conta uma lenda do povo Wapichana a partir de um protagonista menino que, muito curioso, quer entender como funcionam as coisas no mundo e, ao mesmo tempo que tem medo, busca tentar entender o fenômeno da boca da noite: o que acontece quando o sol some no horizonte?

Literatura Indígena8 – ‘Coração na aldeia, pés no mundo’ – Auritha Tabajara – Este é o primeiro livro de uma cordelista indígena de que se tem registro. Através da literatura de cordel a escritora conta a história de uma personagem que sai da aldeia Tabajara e passa a sentir na própria pele os contrastes com o estilo de vida das cidades grandes, mas sem perder sua cultura originária.

7 – ‘Contos Kariri-Xocó Vol 1’ – Denízia Cruz – Como se pode ver pelo título, este livro é uma reunião de histórias do povo Kariri-Xocó, cujas histórias, em sua maioria, são protagonizadas por crianças. Já são 3 volumes de contos reunidos, todos realizados pelo Sesc SP, e vêm sendo amplamente adotados em escolas Brasil afora.

Literatura Indígena6 – ‘Tybyra’ – Juão Nyn – Através da dramaturgia teatral o autor de origem Potiguara busca recontar a história do indígena Tybyra, primeiro indígena homossexual de que se tem registro (nos livros escritos pelos portugueses do século XVI). Inspirado em eventos reais, o autor reconstrói os últimos momentos de vida deste personagem, cujo único pecado foi não conseguir entender a lógica de pecado dos invasores europeus.

5 – ‘Mundurukando 2’ – Daniel Munduruku – Segundo o volume da duologia de livros com o mesmo nome, na qual o autor, que já publicou mais de 50 livros, analisa e conta episódios de choque cultural, racismo, preconceito e outras experiências vividas por ele como um homem indígena circulando nas cidades cosmopolitas. Os episódios e as análises são abordados de maneira bastante didáticas, convidando o leitor a pensar junto com o autor as problemáticas apontadas por ele, bem como as soluções.

Literatura Indígena4 – ‘Eu sou Macuxi, e outras histórias’ – Julie Dorrico – Primeiro livro escrito pela doutora em literatura indígena, Julie Trudruá Dorrico, do povo Macuxi, em Roraima. Através da poesia, a autora partilha experiências pessoais de sua autoafirmação enquanto pessoa indígena, a afirmação de sua identidade Macuxi, a valorização da experiência ancestral de sua avó e a partilha da história do Deus Makunaîma, criador do povo Macuxi.

3 – ‘Metade cara, metade máscara’ – Eliane Potiguara – Primeiro livro de autoria indígena em língua portuguesa, realizado na década de 1970, e atualizado muitas vezes desde então. A autora – nascida no Rio de Janeiro, mas de família Potiguara – compartilha, neste totem da literatura, suas experiências e vivências enquanto mulher consciente de sua origem ancestral em uma sociedade que ainda não entendia a coexistência dos povos indígenas em tempos contemporâneos. O livro mistura poesia, relatos pessoais, crônicas, notícias de jornal e outras estilo narrativos.

Literatura Indígena2 – ‘O Espírito da Floresta’ – Davi Kopenawa Yanomami – Livro recém-lançado pelo líder Yanomami Davi Kopenawa, cujo valor arrecadado foi todo direcionado pela editora Companhia das Letras em auxílio ao povo Yanomami durante sua pré-venda. Novamente em parceria com o autor Bruce Albert, o livro traz novas reflexões de mundo a partir da cosmovisão Yanomami, oferecendo outras possibilidades de modelos de convivência menos destrutivos ao planeta.

1 – ‘Futuro Ancestral’ – Ailton Krenak – Mais novo lançamento do pensador Krenak Ailton Krenak, oriundo de suas reflexões durante as inúmeras lives realizadas pelo líder indígena durante a pandemia do coronavírus. Neste livro, o autor reflete sobre os temas de futuro e ancestralidade, os quais, a partir da cosmovisão indígena Krenak, participam de um tempo circular, portanto, não linear, em que o presente é uma continuação do passado, e o futuro é uma projeção criada com o intuito de nos deixar permanentemente frustrados. Vale a leitura como um convite a repensar os hábitos contemporâneos ocidentais.

Janda Montenegro
Janda Montenegro
Escritora, roteirista, mestranda em Literatura Brasileira pela UFRJ, crítica de cinema, tradutora e revisora.

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