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Programação da Cinemateca do MAM em Abril

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A Cinemateca do MAM em Abril recebe inúmeras mostras de cinema com o melhor da história do cinema mundial.

Cinemateca do MAM Rio
Foto: Vicente de Mello

O ciclo Cinemateca – Redes em Movimento é um desdobramento e ampliação do projeto Veredas do Patrimônio Audiovisual, realizado ao longo de 2021. Trata-se de uma mostra de filmes on-line e presencial, cujo objetivo principal é o de promover, a partir do documento fílmico, a produção e o intercâmbio de conhecimento sobre o patrimônio audiovisual em seus mais diferentes aspectos, desenvolvendo parcerias institucionais e interfaces críticas com esses documentos por meio do estímulo a uma reflexão interdisciplinar.

No módulo de abertura, o Ciclo coloca em evidência o trabalho desenvolvido por um dos coletivos mais ativos e ousados do Estado do Rio de Janeiro: o Cineclube Mate Com Angu, referência audiovisual criada na Baixada Fluminense no início dos anos 2000.

Danièle Huillet e Jean-Marie Straub: cinema é matéria
Mais conhecidos como “os Straub” ou Straub/Huillet, Danièle Huillet e Jean-Marie Straub eram um casal e uma dupla de cineastas sem qualquer paralelo na história. Donos de um cinema “de pedra” – no mesmo sentido que os versos de João Cabral de Melo Neto são de pedra –, seus filmes vibram com rigor formal e uma estilização de interpretação que une os “modelos” de Robert Bresson ao efeito de distanciamento brechtiano. Grandes adaptadores (Mallarmé, Corneille, Pavese, Hölderlin, Schoenberg, Vittorini etc.), Straub e Huillet tinham como seu maior desafio dar consistência à palavra literária na tela de cinema, com fascinantes resultados. Com o falecimento de Straub, em janeiro deste ano (Huillet já tinha ido em 2006), pouco após Godard, o cinema moderno fecha um ciclo. Oportunidade então para entrar em contato pela primeira vez, ou pela enésima, com esse cinema que tinha como objetivo ser tão material quanto as telas de Cézanne.

Aconteceu 100 anos atrás
Faz parte do trabalho de uma cinemateca manter viva a memória do cinema em todas as suas épocas, e esta rubrica contínua oferece ao frequentador do MAM Rio a chance de conhecer mais profundamente o panorama do que acontecia há um século nas telas do mundo, dos grandes clássicos até filmes de menor notoriedade mas de importância histórica inegável. Em abril, o foco fica nas experimentações de vanguarda com o pioneiro A sorridente Madame Beudet, de Germaine Dulac. Completam a sessão alguns dos primeiros filmes (de curtíssima metragem) de Man Ray, Hans Richter, Sergei Eisenstein, além da animação experimental de Wladyslav Starewiczk.

Incontornáveis 21
Já estamos com praticamente um quarto de século já passado: duas décadas completadas. Será que já temos a distância para afirmar solenemente o que é “incontornável” neste século? Esta rubrica não é uma declaração definitiva, mas uma abertura à questão do tempo em relação à obra de arte. Algumas parecem já nascer incontornáveis; em outras, o tempo de reconhecimento é maior. Em todo caso, é preciso exibir filmes marcantes das últimas duas décadas que a geração cinéfila mais jovem não teve a oportunidade de ver em tela grande. E para os mais velhos, a chance de ver e retomar o sentimento de quando viu pela primeira vez. Os “incontornáveis 21” de abril são Kairo, de Kiyoshi Kurosawa; A Vila, de M. Night Shyamalan e Portão de Retorno, de Hong Sang-Soo.

 Homenagem a Paul Vecchiali
Falecido a 18 de janeiro de 2023, Paul Vecchiali foi um cineasta de extensa e idiossincrática produção, tendo dirigido filmes que vão do ultranostálgico (era um devoto dos anos 30) aos experimentos com sexo explícito. Através de sua produtora, a Diagonale, dirigiu e produziu filmes que ampliaram a temática do cinema francês para identidades e sexualidades destoantes, dando oportunidade a cineastas importantes como Jean-Claude Biette e Marie-Claude Treilhou. Seu cinema ia do realismo poético ao expressionismo desbragado, passando pela paródia de gêneros ou pela frontalidade modernista. A Cinemateca do MAM exibirá dois filmes que, na medida do possível, tentam dar conta do mundo Vecchiali.

Homenagem a Michael Snow
Nome mais conhecido do chamado Cinema Estrutural, o cineasta e artista visual Michael Snow faleceu em 5 de janeiro de 2023. Artista multifacetado (era também músico, escultor, fotógrafo), seu trabalho em cinema surgiu fulminante no meio do cinema experimental por seu caráter conceitual e sistemático, forçando os limites da atenção do espectador e buscando pontos de vista improváveis da câmera, até atingir seu limite com as três horas de “A região central”, de 1971, que será exibido em abril, dando continuidade à homenagem iniciada em março.

AURORA Cineclube
A Revista Aurora de Cinema apresenta em seu cineclube mensal na Cinemateca do MAM o filme Branco Sai, Preto Fica. A sessão marca o lançamento da nova edição da revista que tem como temática central O negro no cinema brasileiro. A Revista Aurora é quadrimestral e é composta por edições temáticas exclusivamente sobre cinema brasileiro. Os textos são redigidos pela equipe e por eventuais convidados.

A mostra Faroeste no feminino também chega a Cinemateca do MAM em Abril, em modo presencial.

“It’s a man’s world”, cantava James Brown. Pode ser hoje muito menos que ontem, mas para os mitos de ocupação e assentamento do oeste americano o mundo realmente era majoritariamente dos homens. O herói é o cowboy, não a cowgirl. Ainda que a história do western contenha diversas mulheres em evidência com personagens inesquecíveis (Claire Trevor em No tempo das diligências ou Claudette Colbert em Ao rufar dos tambores), o protagonismo feminino permaneceu exceção. Mas dentre esses faroestes em que a mulher é dominante, estão algumas das obras-primas do gênero, assinadas por Fritz Lang, Nicholas Ray, Samuel Fuller etc. Reunir e (re)ver esses filmes significa a chance para confirmar ou questionar alguns lugares-comuns da teoria e da historiografia. Também nos possibilita discutir a igualdade e o equilíbrio entre gêneros ontem, hoje e no futuro, e ver em tela grande algumas pérolas inescapáveis da história do cinema.

Uma Homenagem a Carlos Saura também acontece na Cinemateca do MAM em Abril, em modo presencial.

Nos anos 70 e 80, entre o fim da carreira de Luis Buñuel e a aparição meteórica de Pedro Almodóvar na segunda metade dos 80s, o cinema espanhol parecia representado por uma figura única: Carlos Saura. Ele foi o cineasta perfeito para refletir o mal-estar dos anos finais da ditadura franquista e o anseio por liberdade intelectual e existencial dos espanhóis. A Cinemateca do MAM exibe em abril dois filmes que são exemplo do uso de alegoria política no cinema, além de visualmente e narrativamente cativantes: Cria corvos e Ana e os lobos.

O MAM Rio fica na Av. Infante Dom Henrique, 85, no Aterro do Flamengo. Os ingressos podem ser adquiridos em  www.mam.rio/ingressos

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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