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“Origem e construção” traz arquivos do processo de concepção e construção

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O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro continua as comemorações dos seus 75 anos com a exposição “Origem e construção”, que aborda a constituição do museu sob a perspectiva de seu projeto, antes mesmo de ocupar a atual sede. Cerca de 160 itens documentais – entre fotografias, cartas, jornais, estatutos, croquis, plantas baixas e folders – foram selecionados a partir do acervo de Pesquisa e Documentação da própria instituição, com contribuições dos arquivos dos Museus Castro Maya para relatar o processo de fundação do MAM Rio a partir de 1948 até a construção de sua sede permanente, entre 1954 e 1967.

“MAM Rio: Origem e construção lida com a criação do MAM desde seu conceito, por meio da rede de pessoas que constituiu o museu, até a sua materialização no edifício do arquiteto Affonso Eduardo Reidy e da engenheira Carmen Portinho. Essa exposição complementa a mostra museu-escola-cidade: o MAM Rio em cinco perspectivas, em cartaz desde 27 de maio, com foco nas ações e programações”, resume o diretor artístico Pablo Lafuente.

“O material a ser apresentado em MAM Rio: origem e construção reflete como o projeto do museu foi concebido e como evoluiu ao longo dos primeiros anos, contando com o envolvimento de pessoas do Rio de Janeiro e de diversos outros lugares que colaboraram na construção dessas ideias. Além disso, vemos como o processo se manifestou nas sedes provisórias e se concluiu na construção da sede permanente no Aterro do Flamengo”, completa Lafuente.

Fundado em 1948, o MAM Rio teve a sua primeira exposição realizada no ano seguinte, na sede temporária do Banco Boavista. Em 1952, passou a ocupar o térreo do Palácio Gustavo Capanema, enquanto aguardava a conclusão do projeto arquitetônico concebido por Affonso Eduardo Reidy. O edifício foi construído em um espaço aterrado próximo à Baía de Guanabara, doado pela Prefeitura do Rio antes da inauguração do Parque do Flamengo. A primeira edificação a ser concluída foi o Bloco Escola, em 1958, que funcionou como um espaço combinado para educação e exposições até 1967, quando o Bloco de Exposições foi finalizado.

Em “Origem e construção”, este arco temporal contará com painéis e mesas para consulta e estudo. A exposição faz parte do projeto Bibliotecas em Rede – Laboratório de Leituras, que visa expandir o acesso à Biblioteca do MAM Rio, ampliando seu alcance para os visitantes do museu. A iniciativa também vai realizar serviços de restauração, indexação, catalogação e digitalização do acervo bibliográfico.

“Enquanto a biblioteca passa por um processo de reformulação do seu espaço físico, MAM Rio: Origem e construção disponibiliza livros sobre assuntos diversos, cópias de títulos presentes no acervo do museu, criando um espaço de leitura e partilha”, informa Lafuente.

Serão ao todo dez mesas, organizadas cronologicamente, que acompanham a história do museu. As duas primeiras referem-se ao momento inicial, quando sequer existia o projeto definitivo. “Antes da ocupação do Banco Boavista e do salão no Palácio Capanema, o museu teve um período de ocupações outras, ainda sem projeto específico de sede”, explica a coordenadora de Pesquisa e Documentação do MAM Rio, Aline Siqueira.

A mesa intitulada “Ato de fundação” contempla essa fase embrionária e traz a ata de constituição, os primeiros estatutos e a documentação sobre a formação inicial do museu, além da capa do catálogo da exposição inaugural Pintura européia contemporânea (1949).

Já a mesa “Morada temporária” aborda o período em que o MAM Rio ocupou o Palácio Capanema, trazendo fotografias da montagem do espaço e de sua inauguração com a primeira exposição, Acervo e 1ª Bienal de São Paulo (1952).

“O núcleo original” apresenta as pessoas envolvidas no processo de formação do museu. Documentos relacionados às campanhas nacional e internacional de sócios (em prol de arrecadar fundos para a construção da sede do MAM Rio), bem como registros das reuniões do conselho deliberativo, juntam-se a fotografias que testemunham o engajamento de personalidades como Gustavo Capanema, Walther Moreira Salles, Francisco Matarazzo Sobrinho e Carlos Drummond de Andrade, nesse primeiro momento da instituição.

Já as mesas “Uma sede própria” e “O MAM Rio e seu entorno” abordam o projeto para a sede definitiva, apresentado por meio de textos do arquiteto Affonso Eduardo Reidy e de Roberto Burle Marx, responsável pelo paisagismo dos jardins. Como ressalta Aline Siqueira, “não se trata apenas de um projeto arquitetônico e paisagístico, é também um projeto de atuação do museu em meio à arte brasileira”. A mesa “O MAM Rio e seu entorno” inclui uma fotomontagem e plantas baixas que revelam a posição do museu em perspectiva com o centro e a Baía de Guanabara.

A construção do prédio da sede aparece nas mesas seguintes. Em “A estaca fundamental” estão documentos e fotografias referentes à tratativa de doação do terreno do museu, ao desmonte do morro de Santo Antônio e à levada das terras até o espaço que seria aterrado. Completam a mesma mesa imagens da cerimônia de início das obras, chamada “cravação da estaca fundamental”. Há também um texto da engenheira Carmen Portinho sobre o processo da construção da sede.

Na mesa intitulada “Metal e concreto”, o público verá relatórios da construção dos blocos Escola e de Exposições. Já “Rede de conexões” explora a relação do museu com diferentes personalidades, como os arquitetos Le Corbusier e Lina Bo Bardi, os políticos Jânio Quadros e Nelson Rockefeller, a atriz Cacilda Becker, o compositor Heitor Villa-Lobos e as artistas Lygia Clark, Anita Malfatti e Djanira. “Estas pessoas estavam muito interessadas no que o museu viria a exibir e no que seria esse espaço para a cidade e o país”, comenta Aline Siqueira.

A abertura da sede definitiva, em duas etapas, finaliza a exposição com mais duas mesas. “A inauguração” celebra a abertura do Bloco Escola, que contou com uma série de cerimônias para marcar a inauguração do museu, ainda que parcial, e da primeira exposição no espaço do MAM Rio. Destacam-se as fotografias de alguns desses eventos, como a plantação das palmeiras em frente ao edifício e o jantar na residência de Raymundo Ottoni de Castro Maya (onde funciona hoje o Museu da Chácara do Céu).

“Bloco de Exposições”, a décima mesa, traz a conclusão do projeto artístico e expositivo do museu por meio de publicações, de fotografias da inauguração da exposição retrospectiva de Lasar Segall, em setembro de 1967, e de toda a comunicação acerca da conclusão da construção do Bloco de Exposições.

SERVIÇO:
MAM Rio: Origem e construção
Visitação: De 22 de julho até
MAM Rio (End: av. Infante Dom Henrique, 85 – Aterro do Flamengo)

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Instagram: @mam.rio

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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